06/12/2025

A corrida pelos minerais críticos está a colocar o planeta em risco

Johanna Sydow  e Nsama Chikwanka, Project Syndicate, 5/12/2025

Traduzido por Tlaxcala

Johanna Sydow  é diretora da Divisão de Política Ambiental Internacional da Fundação Heinrich Böll (Alemanha).
Nsama Chikwanka é diretor nacional da Publish What You Pay Zambia.

À medida que os governos enfraquecem as proteções ambientais para promover novos projetos mineiros, a corrida global pelos minerais críticos aprofunda as divisões sociais e prejudica ecossistemas vitais. Apenas a redução do consumo e a criação de regras robustas e aplicáveis podem evitar danos duradouros e proteger os direitos humanos fundamentais.


Vista dos restos desmontados de um acampamento ilegal de mineração de ouro, “Mega 12”, durante uma operação policial destinada a destruir maquinaria e equipamentos ilegais na floresta amazónica, na região de Madre de Dios, no sudeste do Peru, em 5 de março de 2019. — A mineração ilegal de ouro na Amazónia atingiu proporções “epidémicas” nos últimos anos, causando danos a florestas intocadas e cursos de água e ameaçando comunidades indígenas. Foto GUADALUPE PARDO / POOL / AFP via Getty Images

BERLIM – O custo ambiental e humano da extração mineral torna-se a cada dia mais claro – e mais alarmante. Cerca de 60% das vias fluviais do Gana estão hoje fortemente poluídas devido à mineração de ouro ao longo das margens dos rios. No Peru, muitas comunidades perderam o acesso à água potável depois de as proteções ambientais terem sido enfraquecidas e os controlos regulatórios suspensos para facilitar novos projetos mineiros, contaminando inclusive o rio Rímac, que abastece a capital, Lima.

Essas crises ambientais são agravadas pelo aprofundamento da desigualdade e das divisões sociais em muitos países dependentes da mineração. O Atlas Global de Justiça Ambiental documentou mais de 900 conflitos relacionados com a mineração em todo o mundo, dos quais cerca de 85% envolvem o uso ou a poluição de rios, lagos e águas subterrâneas. Neste contexto, as grandes economias estão a remodelar rapidamente a geopolítica dos recursos. Os Estados Unidos, enquanto tentam estabilizar a economia mundial baseada em combustíveis fósseis, também correm para garantir os minerais necessários para veículos elétricos, energias renováveis, sistemas de armas, infraestrutura digital e construção – muitas vezes por meio de coerção ou táticas agressivas de negociação. Na sua tentativa de reduzir a dependência da China, que domina o processamento de elementos de terras raras, considerações ambientais e humanitárias estão a ser cada vez mais deixadas de lado. A Arábia Saudita também procura posicionar-se como uma potência emergente no setor mineral no âmbito dos seus esforços para diversificar a economia para além do petróleo, estabelecendo novas parcerias – inclusive com os EUA – e acolhendo uma conferência mineira de grande visibilidade. Simultaneamente, o Reino tem minado ativamente progressos noutros fóruns multilaterais, incluindo a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas no Brasil (COP30) e as pré-negociações em curso da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA7).

Na Europa, grupos industriais fazem lobby a favor de mais desregulamentação, enquanto empresas de combustíveis fósseis como ExxonMobil, TotalEnergies e Siemens recorrem a táticas enganosas para enfraquecer os novos mecanismos concebidos para proteger os direitos das comunidades em regiões produtoras de recursos. Devemos preocupar-nos com o facto de as empresas e países que contribuíram para o aquecimento global, a degradação ambiental e as violações dos direitos humanos procurarem agora dominar o setor mineral. Permitir que isso aconteça colocaria toda a humanidade em risco, não apenas as populações vulneráveis.

Os governos não podem permanecer passivos. Devem recuperar a responsabilidade de orientar o principal motor da expansão mineira: a procura. Reduzir o consumo de materiais, especialmente nos países desenvolvidos, continua a ser a forma mais eficaz de proteger ecossistemas vitais e evitar os danos a longo prazo que a extração inevitavelmente causa.

Ainda assim, apesar das amplas evidências de que o aumento da extração de recursos ameaça o abastecimento de água e a segurança pública, governos de todo o mundo estão a enfraquecer as proteções ambientais na tentativa de atrair investimento estrangeiro, colocando assim em perigo os próprios ecossistemas que sustentam toda a vida na Terra. Do ponto de vista económico, esta estratégia é profundamente míope.

De facto, pesquisas recentes mostram que práticas responsáveis não são apenas moralmente corretas, mas também economicamente sólidas. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, baseado em cinco anos de dados de 235 multinacionais, demonstra que empresas que reforçam o seu historial em direitos humanos tendem a apresentar melhor desempenho a longo prazo. Os governos devem, portanto, desconfiar da alegação da indústria de que a rentabilidade exige o retrocesso de regulamentações ambientais ou a negligência dos direitos humanos. Quando as pessoas não conseguem confiar que os líderes políticos protegerão os seus direitos, é muito provável que resistam, e o conflito social resultante faz com que o investimento diminua. A reação contra o projeto de mineração de lítio Jadar, da Rio Tinto, na Sérvia, é um exemplo emblemático. Muitos sérvios acreditavam que o governo estava a colocar os interesses empresariais em primeiro lugar ao avançar com um projeto que não cumpria sequer os padrões básicos de sustentabilidade. A indignação pública travou o desenvolvimento e deixou a empresa a braços com perdas significativas.

Apenas quadros jurídicos robustos, apoiados por uma aplicação eficaz, podem criar as condições para um desenvolvimento estável e que respeite os direitos. Isso significa salvaguardar os direitos dos povos indígenas; garantir o consentimento livre, prévio e informado de todas as comunidades afetadas; proteger os recursos hídricos; realizar um ordenamento do território que estabeleça zonas proibidas; e conduzir avaliações de impacto social e ambiental que sejam independentes, participativas e transparentes.

Dadas as tensões geopolíticas crescentes, fóruns multilaterais como a COP e a UNEA continuam essenciais para contrariar a fragmentação global e promover soluções partilhadas. Países ricos em minerais devem trabalhar em conjunto para elevar os seus padrões ambientais, tal como países produtores de petróleo influenciam coletivamente os preços globais. Por meio da ação coletiva, podem impedir uma corrida destrutiva rumo ao abismo e garantir que as comunidades locais – especialmente povos indígenas e outros titulares de direitos – sejam ouvidas.

Num momento em que a água potável se torna mais escassa, os glaciares derretem e a agricultura enfrenta ameaças crescentes, a ação internacional coordenada já não é opcional. A resolução apresentada pela Colômbia e Omã para a UNEA de dezembro, apelando a um tratado vinculativo sobre minerais, representa um passo importante rumo a padrões globais mais justos. Iniciada pela Colômbia e copatrocinada por países como a Zâmbia, que conhecem demasiado bem os custos das indústrias extrativas, a proposta exige cooperação ao longo de toda a cadeia de produção mineral para reduzir os danos ambientais e proteger os direitos dos povos indígenas e de outras comunidades afetadas. Ao atribuir responsabilidade aos países consumidores de recursos, pretende garantir que o fardo da reforma não recaia exclusivamente sobre as economias produtoras. Importa notar que também aborda os perigos representados pelas barragens de rejeitos e outros resíduos mineiros, que já provocaram falhas devastadoras e centenas de mortes.

Conjuntamente, estas medidas oferecem uma rara oportunidade para começar a corrigir as desigualdades que há muito caracterizam a extração mineral. Todos os países – especialmente os produtores de minerais que historicamente foram excluídos das negociações – devem aproveitar este momento. A UNEA7 abre uma janela para a concretização da justiça no domínio dos recursos.

La carrera por los minerales críticos está poniendo al planeta en riesgo

Johanna Sydow  y Nsama Chikwanka, Project Syndicate, 5-12-2025

Traducido por Tlaxcala

 Johanna Sydow dirige la División de Política Ambiental Internacional de la Fundación Heinrich Böll (Alemania).

Nsama Chikwanka es director nacional de Publish What You Pay Zambia.

A medida que los gobiernos debilitan las protecciones ambientales para promover nuevos proyectos mineros, la carrera mundial por los minerales críticos está profundizando las divisiones sociales y dañando ecosistemas vitales. Solo un menor consumo y la adopción de normas sólidas y exigibles pueden evitar perjuicios a largo plazo y proteger los derechos humanos fundamentales.

Vista de los restos desmantelados de un campamento ilegal de minería de oro, “Mega 12”, durante una operación policial destinada a destruir maquinaria y equipos ilegales en la selva amazónica, en la región de Madre de Dios, en el sureste del Perú, el 5 de marzo de 2019. — La minería ilegal de oro en la Amazonía ha alcanzado proporciones “epidémicas” en los últimos años, causando daños a bosques vírgenes y a las vías fluviales, y amenazando a las comunidades indígenas. Foto GUADALUPE PARDO / POOL / AFP vía Getty Images

BERLÍN – El costo ambiental y humano de la extracción de minerales es cada día más evidente, y más alarmante. Aproximadamente el 60% de las vías fluviales de Ghana están hoy fuertemente contaminadas debido a la minería de oro en las riberas de los ríos. En Perú, muchas comunidades han perdido el acceso al agua potable después de que se debilitaran las protecciones ambientales y se suspendieran los controles regulatorios para facilitar nuevos proyectos mineros, contaminando incluso el río Rímac, que abastece a la capital, Lima.

Estas crisis ambientales se ven agravadas por el aumento de la desigualdad y las divisiones sociales en muchos países dependientes de la minería. El Atlas Global de Justicia Ambiental ha documentado más de 900 conflictos relacionados con la minería en todo el mundo, de los cuales alrededor del 85% implican el uso o la contaminación de ríos, lagos y aguas subterráneas. En este contexto, las principales economías están remodelando rápidamente la geopolítica de los recursos. USA, mientras intenta estabilizar la economía mundial basada en los combustibles fósiles, también se apresura a asegurar los minerales necesarios para vehículos eléctricos, energías renovables, sistemas de armas, infraestructura digital y construcción, a menudo mediante coerción y tácticas agresivas de negociación. En su intento de reducir la dependencia de China, que domina el procesamiento de elementos de tierras raras, se están dejando de lado cada vez más las consideraciones ambientales y humanitarias. Arabia Saudí también busca posicionarse como una potencia emergente en el sector de los minerales como parte de sus esfuerzos por diversificarse más allá del petróleo, forjando nuevas alianzas —incluida una con USA— y organizando una destacada conferencia minera. Al mismo tiempo, el Reino está socavando activamente los avances en otros foros multilaterales, como la Conferencia de las Naciones Unidas sobre el Cambio Climático en Brasil (COP30) y las negociaciones preliminares de la Asamblea de las Naciones Unidas para el Medio Ambiente (UNEA7).

En Europa, los grupos industriales están presionando para lograr una mayor desregulación, mientras que empresas de combustibles fósiles como ExxonMobil, TotalEnergies y Siemens utilizan tácticas engañosas para debilitar los mecanismos recientemente establecidos destinados a proteger los derechos de las comunidades en las regiones productoras de recursos. Debería preocuparnos que las empresas y países responsables del calentamiento global, la degradación ambiental y los abusos contra los derechos humanos busquen ahora dominar el sector de los minerales. Permitirles hacerlo pondría en riesgo a toda la humanidad, no solo a las poblaciones vulnerables.

Los gobiernos no deben permanecer pasivos. Deben recuperar la responsabilidad de orientar el principal motor de la expansión minera: la demanda. Reducir el consumo de materiales, especialmente en los países desarrollados, sigue siendo la manera más eficaz de proteger los ecosistemas vitales y prevenir los daños a largo plazo que inevitablemente causa la extracción.

Sin embargo, pese a la abrumadora evidencia de que incrementar la extracción de recursos amenaza el suministro de agua y la seguridad pública, los gobiernos de todo el mundo están debilitando las protecciones ambientales para atraer inversiones extranjeras, poniendo así en peligro los mismos ecosistemas que sostienen toda la vida en la Tierra. Desde una perspectiva económica, este enfoque es profundamente miope.

De hecho, investigaciones recientes muestran que las prácticas responsables no solo son moralmente correctas, sino también económicamente acertadas. Un nuevo informe del Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo, basado en cinco años de datos de 235 multinacionales, revela que las empresas que fortalecen su historial en materia de derechos humanos tienden a rendir mejor a largo plazo. Por lo tanto, los gobiernos deberían desconfiar de las afirmaciones de la industria según las cuales la rentabilidad requiere eliminar regulaciones ambientales o ignorar los derechos humanos. Cuando las personas no pueden confiar en que sus líderes políticos protegerán sus derechos, es muy probable que se resistan, y el conflicto social resultante hace que las inversiones se debiliten. La reacción contra el proyecto de extracción de litio Jadar de Rio Tinto en Serbia es un ejemplo revelador. Muchos serbios creían que su gobierno estaba anteponiendo los intereses corporativos al impulsar un proyecto que no cumplía ni siquiera con los estándares básicos de sostenibilidad. La protesta pública detuvo el desarrollo y dejó a la empresa frente a pérdidas significativas.

Solo marcos jurídicos sólidos, respaldados por una aplicación efectiva, pueden crear las condiciones para un desarrollo estable y respetuoso de los derechos. Esto significa proteger los derechos de los pueblos indígenas; garantizar el consentimiento libre, previo e informado de todas las comunidades afectadas; proteger los recursos hídricos; llevar a cabo una planificación espacial que incluya zonas vedadas a la minería; y realizar evaluaciones sociales y ambientales independientes, participativas y transparentes.

Dadas las crecientes tensiones geopolíticas, los foros multilaterales como la COP y la UNEA siguen siendo esenciales para contrarrestar la fragmentación global y avanzar en soluciones compartidas. Los países ricos en minerales deberían colaborar para elevar sus estándares ambientales, del mismo modo que los países productores de petróleo influyen conjuntamente en los precios globales. A través de la acción colectiva, pueden evitar una carrera destructiva hacia el abismo y garantizar que las comunidades locales —particularmente los pueblos indígenas y otros titulares de derechos— sean escuchadas.

En un momento en que el agua potable es cada vez más escasa, los glaciares se derriten y la agricultura está cada vez más amenazada, la acción internacional coordinada ya no es opcional. La resolución presentada por Colombia y Omán para la UNEA de diciembre, que pide un tratado vinculante sobre minerales, representa un paso importante hacia normas globales más justas. Iniciada por Colombia y copatrocinada por países como Zambia, que comprenden demasiado bien los costos de las industrias extractivas, la propuesta pide cooperación en toda la cadena de producción mineral para reducir el daño ambiental y proteger los derechos de los pueblos indígenas y otras comunidades afectadas. Al asignar responsabilidades a los países consumidores de recursos, busca garantizar que la carga de la reforma no recaiga exclusivamente sobre las economías productoras de minerales. Además, aborda los peligros planteados por los diques de colas y otros residuos mineros, que han provocado fallas devastadoras y cientos de muertes.

En conjunto, estas medidas ofrecen una oportunidad excepcional para comenzar a corregir las desigualdades que han caracterizado la extracción mineral durante tanto tiempo. Todos los países —especialmente aquellos productores de minerales que históricamente han sido excluidos de la mesa de negociación— deberían aprovechar este momento. La UNEA7 ofrece una ventana para lograr justicia en materia de recursos.

Der Wettlauf um kritische Mineralien bringt den Planeten in Gefahr

Johanna Sydow  und Nsama Chikwanka, Project Syndicate, 5.12.2025

Übersetzt von Tlaxcala

Johanna Sydow ist Referentin für Internationale Umweltpolitik bei der Heinrich-Böll-Stiftung.
Nsama Chikwanka ist nationaler Direktor von Publish What You Pay Zambia.

Während Regierungen den Umweltschutz schwächen, um neue Bergbauprojekte zu fördern, vertieft das globale Rennen um kritische Mineralien soziale Spaltungen und schädigt lebenswichtige Ökosysteme. Nur ein geringerer Verbrauch und robuste, durchsetzbare Regeln können langfristige Schäden verhindern und grundlegende Menschenrechte schützen.


Ein Blick auf die zerlegten Überreste eines illegalen Goldminenlagers namens „Mega 12“ während einer Polizeirazzia zur Zerstörung illegaler Maschinen und Ausrüstung im Amazonas-Dschungel der Region Madre de Dios im Südosten Perus am 5. März 2019. – Der illegale Goldabbau im Amazonasgebiet hat in den letzten Jahren „epidemische“ Ausmaße erreicht, wodurch unberührte Wälder und Wasserwege geschädigt und indigene Gemeinschaften bedroht werden. Foto GUADALUPE PARDO / POOL / AFP via Getty Images.

BERLIN – Die ökologischen und menschlichen Kosten der mineralischen Rohstoffgewinnung werden von Tag zu Tag deutlicher – und alarmierender. Etwa 60 % der Wasserwege in Ghana sind heute stark verschmutzt, weil entlang der Flussufer Gold abgebaut wird. In Peru haben viele Gemeinschaften den Zugang zu sauberem Trinkwasser verloren, nachdem Umweltschutzmaßnahmen gelockert und behördliche Kontrollen ausgesetzt wurden, um neue Bergbauprojekte zu erleichtern, wodurch sogar der Fluss Rímac verunreinigt wurde, der die Hauptstadt Lima mit Wasser versorgt.

Diese Umweltkrisen werden durch wachsende Ungleichheit und soziale Spaltungen in vielen bergbauabhängigen Ländern verschärft. Der Global Atlas of Environmental Justice hat weltweit mehr als 900 bergbaubedingte Konflikte dokumentiert, von denen rund 85 % die Nutzung oder Verschmutzung von Flüssen, Seen und Grundwasser betreffen. Vor diesem Hintergrund gestalten große Volkswirtschaften die geopolitische Ressourcenlandschaft rasch neu. Die USA versuchen zwar, die auf fossilen Brennstoffen basierende Weltwirtschaft zu stabilisieren, bemühen sich gleichzeitig aber auch darum, die Mineralien zu sichern, die sie für Elektrofahrzeuge, erneuerbare Energien, Waffensysteme, digitale Infrastruktur und den Bausektor benötigen – oft durch Zwang und aggressive Verhandlungstaktiken. In dem Bestreben, die Abhängigkeit von China zu verringern, das die Verarbeitung seltener Erden dominiert, werden Umwelt- und humanitäre Erwägungen zunehmend beiseitegeschoben. Auch Saudi-Arabien positioniert sich als aufstrebende Macht im Mineraliensektor im Rahmen seiner Bemühungen, die Wirtschaft über das Öl hinaus zu diversifizieren; das Königreich knüpft neue Partnerschaften – unter anderem mit den USA – und richtet eine hochkarätige Bergbaukonferenz aus. Zugleich untergräbt es den Fortschritt in anderen multilateralen Gremien, darunter der diesjährigen UN-Klimakonferenz in Brasilien (COP30) sowie den laufenden Vorverhandlungen der UN-Umweltversammlung (UNEA7).

In Europa drängen Industrieverbände auf weitere Deregulierung, während fossile Energiekonzerne wie ExxonMobil, TotalEnergies und Siemens irreführende Taktiken anwenden, um neu geschaffene Mechanismen auszuhebeln, die die Rechte von Gemeinschaften in rohstoffproduzierenden Regionen schützen sollen. Wir sollten besorgt sein, dass jene Unternehmen und Länder, die zur globalen Erwärmung, zur Umweltzerstörung und zu Menschenrechtsverletzungen beigetragen haben, nun den Mineraliensektor dominieren wollen. Ihnen dies zu ermöglichen, würde die gesamte Menschheit gefährden – nicht nur verletzliche Bevölkerungsgruppen.

Regierungen dürfen nicht tatenlos bleiben. Sie müssen die Verantwortung zurückgewinnen, den Hauptmotor der Ausweitung des Bergbaus zu steuern: die Nachfrage. Die Reduzierung des Materialverbrauchs, insbesondere in den Industrieländern, bleibt der wirksamste Weg, lebenswichtige Ökosysteme zu schützen und die langfristigen Schäden zu verhindern, die der Abbau unweigerlich verursacht.

Doch trotz überwältigender Belege dafür, dass eine Ausweitung der Rohstoffgewinnung die Wasserversorgung und die öffentliche Sicherheit bedroht, schwächen Regierungen weltweit Umweltschutzmaßnahmen, um ausländische Investitionen anzulocken – und gefährden damit gerade jene Ökosysteme, die alles Leben auf der Erde tragen. Aus wirtschaftlicher Sicht ist dieser Ansatz zutiefst kurzsichtig.

Tatsächlich zeigt neue Forschung, dass verantwortungsvolle Praktiken nicht nur moralisch richtig, sondern auch wirtschaftlich sinnvoll sind. Ein neuer Bericht des Entwicklungsprogramms der Vereinten Nationen, der auf fünf Jahren Daten von 235 multinationalen Unternehmen basiert, zeigt, dass Firmen mit stärkeren Menschenrechtsstandards langfristig tendenziell besser abschneiden. Regierungen sollten daher skeptisch sein gegenüber Behauptungen der Industrie, dass Rentabilität die Rücknahme von Umweltschutzvorschriften oder die Missachtung von Menschenrechten erfordere. Wenn Menschen ihren politischen Führungskräften nicht zutrauen können, ihre Rechte zu schützen, ist Widerstand sehr wahrscheinlich – und die daraus resultierenden sozialen Konflikte lassen Investitionen ins Stocken geraten. Die Gegenreaktion auf Rio Tintos Jadar-Lithiumprojekt in Serbien ist ein anschauliches Beispiel. Viele Serben waren der Ansicht, dass ihre Regierung Unternehmensinteressen Vorrang einräumte, indem sie ein Projekt vorantrieb, das nicht einmal grundlegende Nachhaltigkeitsstandards erfüllte. Der öffentliche Aufschrei stoppte die Entwicklung und brachte dem Unternehmen erhebliche Verluste ein.

Nur robuste Rechtsrahmen, die durch wirksame Durchsetzung gestützt werden, können die Voraussetzungen für eine stabile und rechtebasierte Entwicklung schaffen. Das bedeutet, die Rechte indigener Völker zu schützen; die freie, vorherige und informierte Zustimmung aller betroffenen Gemeinschaften sicherzustellen; Wasserressourcen zu schützen; räumliche Planung vorzunehmen und Sperrzonen festzulegen; sowie unabhängige, partizipative und transparente soziale und ökologische Folgenabschätzungen durchzuführen.

Angesichts der wachsenden geopolitischen Spannungen bleiben multilaterale Foren wie die COP und die UNEA unverzichtbar, um der globalen Fragmentierung entgegenzuwirken und gemeinsame Lösungen voranzubringen. Länder mit reichen Mineralvorkommen sollten zusammenarbeiten, um ihre Umweltstandards anzuheben – ähnlich wie ölproduzierende Länder gemeinsam die globalen Preise beeinflussen. Durch kollektives Handeln können sie ein zerstörerisches Rennen nach unten verhindern und sicherstellen, dass lokale Gemeinschaften, insbesondere indigene Völker und andere Rechteinhaber, Gehör finden.

In einer Zeit, in der sauberes Trinkwasser immer knapper wird, Gletscher schmelzen und die Landwirtschaft zunehmend bedroht ist, ist koordinierte internationale Zusammenarbeit nicht mehr optional. Die von Kolumbien und Oman für die UNEA im Dezember eingebrachte Resolution, die einen verbindlichen Mineralienträgervertrag fordert, stellt einen wichtigen Schritt hin zu gerechteren globalen Standards dar. Eingebracht von Kolumbien und mitgetragen von Ländern wie Sambia, die die Kosten extraktiver Industrien nur allzu gut kennen, fordert der Vorschlag Zusammenarbeit entlang der gesamten mineralischen Wertschöpfungskette, um Umweltschäden zu verringern und die Rechte indigener Völker sowie anderer betroffener Gemeinschaften zu schützen. Indem er ressourcenverbrauchende Länder in die Pflicht nimmt, soll verhindert werden, dass die Last der Reform allein auf mineralproduzierenden Volkswirtschaften liegt. Außerdem befasst er sich mit den Gefahren, die von Rückstandsdämmen und anderem Bergbauabfall ausgehen und die bereits zu verheerenden Einstürzen und Hunderten von Todesfällen geführt haben.

Zusammengenommen bieten diese Maßnahmen eine seltene Gelegenheit, die Ungleichheiten zu korrigieren, die die Rohstoffgewinnung seit Langem prägen. Alle Länder – insbesondere mineralproduzierende Staaten, die historisch vom Verhandlungstisch ausgeschlossen waren – sollten diese Chance nutzen. Die UNEA7 bietet ein Fenster für die Verwirklichung von Ressourcengerechtigkeit.

La course aux minéraux critiques met la planète en danger

Johanna Sydow  et Nsama Chikwanka, Project Syndicate, 5/12/2025

Traduit par Tlaxcala

Johanna Sydow dirige la Division de politique environnementale internationale à la Fondation Heinrich Böll (Allemage).
Nsama Chikwanka est directeur national de Publish What You Pay Zambia.

Alors que les gouvernements affaiblissent les protections environnementales afin de promouvoir de nouveaux projets miniers, la ruée mondiale vers les minéraux critiques accentue les divisions sociales et endommage des écosystèmes vitaux. Seule une réduction de la consommation et la mise en place de règles robustes et contraignantes peuvent prévenir des dommages durables et protéger les droits humains fondamentaux.

Une vue des vestiges démantelés d’un camp de prospection aurifère illégal, « Mega 12 », lors d’une opération policière visant à détruire des machines et équipements illégaux dans la jungle amazonienne, dans la région de Madre de Dios, au sud-est du Pérou, le 5 mars 2019. – L’extraction illégale d’or en Amazonie a atteint des proportions « épidémiques » ces dernières années, causant des dommages aux forêts intactes et aux voies d’eau, et menaçant les communautés autochtones. Photo GUADALUPE PARDO / POOL / AFP via Getty Images

BERLIN – Le coût environnemental et humain de l’extraction minière apparaît chaque jour plus clairement – et de façon plus alarmante. Environ 60 % des cours d’eau du Ghana sont aujourd’hui fortement pollués en raison de l’exploitation aurifère le long des rivières. Au Pérou, de nombreuses communautés ont perdu l’accès à l’eau potable après l’assouplissement des protections environnementales et la suspension des contrôles réglementaires visant à faciliter de nouveaux projets miniers, contaminant même le fleuve Rímac, qui approvisionne la capitale, Lima.

Ces crises environnementales sont aggravées par l’approfondissement des inégalités et des divisions sociales dans de nombreux pays dépendant de l’industrie minière. L’Atlas mondial de la justice environnementale a recensé plus de 900 conflits liés à l’extraction minière dans le monde, dont environ 85 % impliquent l’usage ou la pollution des rivières, lacs et nappes phréatiques. Dans ce contexte, les grandes économies redéfinissent rapidement la géopolitique des ressources. Les USA, tout en tentant de stabiliser l’économie mondiale fondée sur les combustibles fossiles, s’efforcent également d’assurer l’approvisionnement en minéraux nécessaires aux véhicules électriques, aux énergies renouvelables, aux systèmes d’armement, aux infrastructures numériques et au secteur de la construction, souvent par le biais de pressions ou de tactiques de négociation agressives. Dans leur quête visant à réduire la dépendance à l’égard de la Chine, qui domine le traitement des terres rares, les considérations environnementales et humanitaires sont de plus en plus reléguées au second plan. 

L’Arabie saoudite cherche également à se positionner comme une puissance montante du secteur minier dans le cadre de ses efforts de diversification économique, nouant de nouveaux partenariats – y compris avec les USA – et accueillant une conférence minière très médiatisée. Parallèlement, le Royaume sape activement les progrès réalisés dans d’autres enceintes multilatérales, notamment lors de la Conférence des Nations unies sur le climat au Brésil (COP30) et dans les négociations préliminaires de l’Assemblée des Nations unies pour l’environnement (UNEA7).

En Europe, des groupes industriels font pression pour une déréglementation accrue, tandis que des compagnies pétrolières comme ExxonMobil, TotalEnergies et Siemens recourent à des stratégies trompeuses pour affaiblir les nouveaux mécanismes destinés à protéger les droits des communautés vivant dans les régions productrices de ressources. Nous devrions nous inquiéter du fait que les entreprises et pays qui ont contribué au réchauffement climatique, à la dégradation de l’environnement et aux violations des droits humains cherchent désormais à dominer le secteur minier. Leur en donner l’occasion mettrait en danger l’ensemble de l’humanité, et pas seulement les populations vulnérables.

Les gouvernements ne doivent pas rester passifs. Ils doivent reprendre la main sur le principal moteur de l’expansion minière : la demande. Réduire la consommation de matériaux, en particulier dans les pays développés, reste le moyen le plus efficace de protéger les écosystèmes vitaux et de prévenir les dommages à long terme qu’entraîne inévitablement l’extraction.

Pourtant, malgré les preuves accablantes montrant que l’augmentation de l’extraction menace les ressources en eau et la sécurité publique, les gouvernements du monde entier affaiblissent les protections environnementales dans le but d’attirer les investissements étrangers, mettant ainsi en péril les écosystèmes qui soutiennent toute vie sur Terre. D’un point de vue économique, cette stratégie est profondément myope.

En réalité, des recherches récentes montrent que les pratiques responsables ne sont pas seulement moralement justifiées mais aussi économiquement judicieuses. Un nouveau rapport du Programme des Nations unies pour le développement, fondé sur cinq années de données provenant de 235 multinationales, révèle que les entreprises qui améliorent leur respect des droits humains tendent à mieux performer sur le long terme. Les gouvernements devraient donc se méfier des affirmations selon lesquelles la rentabilité exige la réduction des réglementations environnementales ou l’ignorance des droits humains. Lorsque les populations ne peuvent plus faire confiance aux responsables politiques pour protéger leurs droits, elles sont très susceptibles de résister – un conflit social qui finit par freiner les investissements. Le rejet du projet de mine de lithium Jadar de Rio Tinto en Serbie en est un exemple frappant. Beaucoup de Serbes estimaient que leur gouvernement privilégiait les intérêts des entreprises en faisant avancer un projet qui ne respectait même pas des normes minimales de durabilité. L’indignation publique a interrompu son développement et entraîné des pertes importantes pour l’entreprise.

Seuls des cadres juridiques robustes, assortis d’une application efficace, peuvent créer les conditions d’un développement stable et respectueux des droits. Cela implique de protéger les droits des peuples autochtones ; de garantir le consentement libre, préalable et éclairé de toutes les communautés concernées ; de préserver les ressources en eau ; de mener une planification territoriale incluant des zones interdites à l’exploitation ; et de réaliser des évaluations sociales et environnementales indépendantes, participatives et transparentes.

Compte tenu des tensions géopolitiques croissantes, les forums multilatéraux comme la COP et l’UNEA restent essentiels pour contrer la fragmentation mondiale et promouvoir des solutions communes. Les pays riches en minéraux devraient collaborer pour renforcer leurs normes environnementales, à l’image des pays producteurs de pétrole qui influencent conjointement les prix mondiaux. Par une action collective, ils peuvent empêcher une course destructrice au moins-disant et garantir que les communautés locales – en particulier les peuples autochtones et autres détenteurs de droits – puissent faire entendre leur voix.

À une époque où l’accès à l’eau potable se raréfie, où les glaciers fondent et où l’agriculture est de plus en plus menacée, une action internationale coordonnée n’est plus facultative. La résolution que la Colombie et Oman ont présentée pour l’UNEA de décembre, appelant à un traité contraignant sur les minéraux, représente une étape importante vers des normes mondiales plus équitables. Lancée par la Colombie et co-parrainée par des pays comme la Zambie, qui connaissent trop bien les coûts des industries extractives, la proposition appelle à une coopération sur l’ensemble de la chaîne de production minérale afin de réduire les dommages environnementaux et de protéger les droits des peuples autochtones et des autres communautés concernées. En plaçant la responsabilité sur les pays consommateurs de ressources, elle vise à garantir que le fardeau de la réforme ne repose pas uniquement sur les économies productrices de minéraux. Elle aborde également les dangers liés aux résidus miniers et aux barrages de retenue, qui ont provoqué des effondrements dévastateurs et fait des centaines de morts.

Ensemble, ces mesures offrent une rare opportunité de commencer à corriger les inégalités qui ont longtemps caractérisé l’extraction minière. Tous les pays – en particulier les producteurs de minéraux historiquement exclus des négociations – devraient saisir cette occasion. L’UNEA7 ouvre une fenêtre pour instaurer une justice dans le domaine des ressources.

The Critical-Minerals Race Is Putting the Planet at Risk

Johanna Sydow  and Nsama Chikwanka, Project Syndicate, 5/12/2025

Johanna Sydow  is Head of the International Environmental Policy Division at the Heinrich Böll Foundation.

Nsama Chikwanka is National Director of Publish What You Pay Zambia.

As governments weaken environmental protections to promote new mining projects, the global scramble for critical minerals is deepening social divides and harming vital ecosystems. Only reduced consumption and robust, enforceable rules can prevent long-term harm and protect basic human rights.

 



A view of the dismantled remains of an illegal gold mining camp "Mega 12", during a police operation to destroy illegal machinery and equipment in the Amazon jungle in the Madre de Dios region, in south-eastern Peru, on March 5, 2019. - Illegal gold mining in the Amazon has reached "epidemic" proportions in recent years, causing damage to pristine forest and waterways and threatening indigenous communities. Photo by GUADALUPE PARDO / POOL / AFP via Getty Images

BERLIN – The environmental and human toll of mineral extraction is becoming clearer – and more alarming – by the day. Roughly 60% of Ghana’s waterways are now heavily polluted due to gold mining along riverbanks. In Peru, many communities have lost access to safe drinking water after environmental protections were weakened and regulatory controls were suspended to facilitate new mining projects, contaminating even the Rímac River, which supplies water to the capital, Lima.

These environmental crises are exacerbated by deepening inequality and social divides in many mining-dependent countries. The Global Atlas of Environmental Justice has documented more than 900 mining-related conflicts around the world, about 85% of which involve the use or pollution of rivers, lakes, and groundwater. Against this backdrop, major economies are rapidly reshaping resource geopolitics. 

The United States, while attempting to stabilize the fossil-fuel-based global economy, is also scrambling to secure the minerals it needs for electric vehicles, renewable energy, weapons systems, digital infrastructure, and construction, often through coercion and aggressive negotiating tactics. In its quest to reduce dependence on China, which dominates the processing of rare-earth elements, environmental and humanitarian considerations are increasingly brushed aside. 

Saudi Arabia is likewise positioning itself as a rising power in the minerals sector as part of its efforts to diversify away from oil, forging new partnerships – including with the US – and hosting a high-profile mining conference. At the same time, the Kingdom is actively undermining progress in other multilateral fora, including this year’s United Nations Climate Change Conference in Brazil (COP30) and the ongoing pre-negotiations of the UN Environment Assembly (UNEA7).

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In Europe, industry groups are lobbying for further deregulation, with fossil-fuel companies like ExxonMobil, TotalEnergies, and Siemens using misleading tactics to undermine newly established mechanisms designed to protect the rights of communities in resource-producing regions. We should be worried that the companies and countries which helped drive global warming, environmental degradation, and human-rights abuses now seek to dominate the mineral sector. Allowing them to do so will put all of humanity, not just vulnerable populations, at risk.

Governments must not remain passive. They must reclaim responsibility for steering the primary driver of mining expansion: demand. Reducing material consumption, especially in developed countries, remains the most effective way to protect vital ecosystems and prevent the long-term harms that extraction inevitably causes.

Yet despite overwhelming evidence that ramping up resource extraction threatens water supplies and public safety, governments around the world are weakening environmental protections in a bid to lure foreign investment, thereby endangering the very ecosystems that sustain all life on Earth. From an economic perspective, this approach is profoundly short-sighted.

In fact, recent research shows that responsible practices are not just morally right but economically sound. A new report by the UN Development Programme, based on five years of data from 235 multinationals, shows that companies that strengthen their human-rights record tend to perform better over the long run. Governments should therefore be wary of industry claims that profitability requires rolling back environmental regulations or ignoring human rights. When people cannot trust political leaders to protect their rights, they are highly likely to resist, with the resulting social conflict causing investment to falter. 

The backlash against Rio Tinto’s Jadar lithium-mining project in Serbia is a prime example. Many Serbians believed their government was putting corporate interests first by pushing ahead with the project despite its failure to meet even basic sustainability standards. The public outcry halted development and left the company facing steep losses. 

Only robust legal frameworks, backed by effective enforcement, can create the conditions for stable and rights-respecting development. That means safeguarding Indigenous rights; ensuring the free, prior, and informed consent of all affected communities; protecting water resources; undertaking spatial planning, establishing no-go zones; and conducting independent, participatory, and transparent social and environmental impact assessments. Given today’s heightened geopolitical tensions, multilateral forums such as COP and the UNEA remain essential for countering global fragmentation and advancing shared solutions. Mineral-rich countries should work together to raise their environmental standards, just as oil-producing countries jointly influence global prices. Through collective action, they can prevent a destructive race to the bottom and ensure that local communities, particularly Indigenous peoples and other rights holders, are heard. 

At a time when clean drinking water is growing scarcer, glaciers are melting, and agriculture is increasingly under threat, coordinated international action is no longer optional. A resolution that Colombia and Oman introduced for December’s UNEA, calling for a binding minerals treaty, represents an important step toward fairer global standards. Initiated by Colombia and co-sponsored by countries like Zambia, which understand all too well the costs of extractive industries, the proposal calls for cooperation across the entire mineral production chain to reduce environmental harm and protect the rights of Indigenous peoples and other affected communities. 

By placing responsibility on resource-consuming countries, it aims to ensure that the burden of reform does not fall solely on mineral-producing economies. Importantly, it also addresses the dangers posed by tailings dams and other mining waste, which have led to devastating failures and hundreds of deaths. Taken together, these measures offer a rare opportunity to begin correcting the inequalities that have long defined mineral extraction. All countries, especially mineral producers that have historically been excluded from the negotiating table, should seize this moment. UNEA7 provides a window for achieving resource justice. 

05/12/2025

La muerte del jefe de la milicia anti-Hamás Abu Shabab subraya que Israel no podrá dictar el próximo liderazgo de Gaza

Jack Khoury, Haaretz, 4-12-2025
Traducido por Tlaxcala

Abu Shabab era exactamente el tipo de figura que a Israel le gusta presentar como socio, pero la compleja realidad de Gaza lo mostró tal como era, incluso dentro del área limitada en la que operaba. Desesperado por encontrar un «administrador» para la Franja, Israel volvió a ignorar la necesidad palestina de un liderazgo auténtico.


Yaser Abu Shabab, el jefe de la violenta banda de Gaza respaldada por Israel

El anuncio del jueves sobre la muerte de Yaser Abu Shabab no fue simplemente un incidente de seguridad local en la Franja de Gaza. Reveló una vez más el enorme abismo entre la historia que Israel se cuenta y la compleja realidad gazatí.

El estamento de defensa y los medios presentaron a Abu Shabab como una «alternativa a Hamás», alguien que podría ayudar a gobernar Gaza después de la guerra. Pero resultó ser una figura controvertida incluso en la zona limitada donde actuaba. Debido a la multiplicidad de grupos armados, tribus, alianzas y cuentas pendientes en la región, estaba rodeado de enemigos.

Su muerte no sorprendió a casi nadie en Gaza. Muchos querían verlo desaparecer. Entre ellos, lo que queda de la dirigencia de Hamás, que lo veía como una amenaza –o al menos como una molestia– para su gobierno; rivales armados que compartían con él territorio e influencia; miembros de clanes perjudicados por él y su familia; y personas de su propia tribu que llevaban años avergonzándose de sus actos.

Las declaraciones que inundaron las redes sociales inmediatamente después del anuncio de su muerte mostraron hasta qué punto era un hombre buscado. Todos adoptaron rápidamente un relato, atribuyeron culpas o intentaron limpiar su nombre. Pero la conclusión era clara: no existe fuerza capaz de proteger a quienes colaboran con Israel.

Incluso su propia tribu, los Tarabín, se apresuró a repudiarlo tras su muerte. En un comunicado lo calificó de «episodio oscuro», añadiendo que su muerte «cerró un capítulo vergonzoso». También prometió no permitir que ningún otro miembro de la tribu participara en milicias «que sirven a la ocupación».

No se trataba sólo de marcar distancia. Era una declaración sociopolítica destinada a transmitir a todos los gazatíes un mensaje claro: «Este hombre no era de los nuestros, así que no ajustéis cuentas con nosotros».

La causa directa de su muerte, según diversos informes, fue un enfrentamiento entre Abu Shabab y miembros de la familia Abu Snima, conocida por su actividad criminal. Se produjo un tiroteo después de que Abu Shabab se negara arrogantemente a liberar a un miembro de la familia que había arrestado. Esto encendió un ajuste de cuentas más amplio en la zona. La imagen que se desprende es que Abu Shabab no construyó un liderazgo, sino meras luchas de poder.

Aquí es donde entra Israel. Durante años, el estamento israelí –los medios, la defensa y el mundo político– ha intentado «crear socios», es decir, palestinos locales que parecieran lo suficientemente poderosos y dominantes, pero que también estuvieran dispuestos a decir lo que los israelíes quieren oír. Así surgieron «estrellas» momentáneas, como Abu Shabab en el sur de Gaza.

Abu Shabab era exactamente el tipo de persona que Israel quiere como socio. Estaba armado pero dispuesto a cooperar; se oponía a Hamás pero no estaba afiliado a la Autoridad Palestina; y parecía alguien capaz de mantener «la calle» bajo control.

Pero en realidad era un criminal cuyo poder existía únicamente en las zonas donde Israel mantenía control físico. Más allá de los límites de la influencia israelí, no tenía poder, ni legitimidad, ni compradores para su oferta.


Yaser Abu Shabab (segundo por la izquierda)

Este tipo de figura no es nueva. Que se lo pregunten a los miembros del Ejército del Sur del Líbano, que dependieron de Israel durante dos décadas hasta que Israel les retiró el apoyo de la noche a la mañana con su retirada unilateral del Líbano.

Quien recibe poder desde el exterior sin una base de apoyo interno vive con tiempo prestado. Sin embargo, Israel volvió a construir una ilusión alrededor de alguien por su propia necesidad de encontrar a una persona que considerara apta para dirigir Gaza, en lugar de responder a la necesidad palestina de un liderazgo genuino.

La muerte de Abu Shabab ofrece una lección importante: el liderazgo no puede crecer a partir de dictados israelíes. Abu Shabab parecía un hombre fuerte, pero en realidad era un eslabón débil, dependiente de las armas, del caos y del doble juego de los actores locales y de Israel.

Pero Gaza no es un lugar donde se pueda imponer un líder desde arriba y esperar que la base lo acepte. La historia del territorio es más fuerte que cualquier intento de ingeniería.

La mort du chef de la milice anti-Hamas Abou Shabab souligne que la prochaine direction de Gaza ne sera pas dictée par Israël

Jack Khoury, Haaretz, 4/12/2025
Traduit par Tlaxcala

Abou Shabab était précisément le type de figure qu’Israël aime présenter comme un partenaire, mais la réalité complexe de Gaza l’a montré pour ce qu’il était – même dans la zone limitée où il opérait. Désespéré de trouver un « administrateur » pour la bande de Gaza, Israël a une fois de plus ignoré le besoin palestinien de trouver un véritable leadership.


Yasser Abou Shabab, le chef du gang violent de Gaza soutenu par Israël

L’annonce jeudi de la mort de Yasser Abou Shabab n’a pas été seulement un incident sécuritaire local dans la bande de Gaza. Elle a également révélé, une fois encore, l’énorme fossé entre l’histoire qu’Israël se raconte et la réalité complexe de Gaza.

L’establishment de la défense et les médias ont présenté Abou Shabab comme une « alternative au Hamas », quelqu’un qui pourrait aider à gouverner Gaza après la guerre. Mais il s’est avéré être une figure controversée même dans la zone limitée où il opérait. En raison de la multiplicité des groupes armés, des tribus, des alliances et des comptes non réglés dans la région, il était entouré d’ennemis.

Sa mort n’a surpris presque personne à Gaza. Beaucoup voulaient le voir disparaître. Parmi eux figuraient ce qui reste de la direction du Hamas, qui le considérait comme une menace – ou du moins comme une nuisance – pour son pouvoir ; des rivaux armés qui partageaient avec lui territoire et influence ; des membres de clans lésés par lui et sa famille ; et des gens au sein même de sa tribu, embarrassés depuis des années par ses actions.

Les déclarations qui ont envahi les réseaux sociaux immédiatement après l’annonce de sa mort ont montré à quel point il était un homme recherché. Chacun a rapidement adopté un récit, attribué des responsabilités ou tenté de blanchir son nom. Mais la conclusion était claire : il n’existe aucune force suffisamment puissante pour protéger les personnes qui collaborent avec Israël.

Même sa propre tribu, les Tarabin, s’est empressée de le renier après sa mort. Dans un communiqué, elle l’a qualifié « d’épisode sombre », ajoutant que sa mort « avait refermé un chapitre honteux ». Elle a aussi promis de ne permettre à aucun autre membre de la tribu de participer à des milices « servant l’occupation ».

Il ne s’agissait pas seulement de se désolidariser de lui. C’était une déclaration d’intention sociopolitique destinée à envoyer un message à tous les Gazaouis : « Cet homme ne faisait pas partie de nous, ne réglez donc pas vos comptes avec nous. »

La cause directe de sa mort, selon divers rapports, a été un affrontement entre Abou Shabab et des membres de la famille Abou Snima, connue pour ses activités criminelles. Une fusillade a éclaté après qu’Abou Shabab eut refusé avec arrogance de libérer un membre de cette famille qu’il avait arrêté. Cela a servi d’étincelle à un règlement de comptes plus large dans la zone. Il en ressort qu’Abou Shabab n’a pas construit un leadership, mais seulement des luttes de pouvoir.

C’est là qu’Israël est entré en scène. Pendant des années, l’establishment israélien – les médias, la défense et le monde politique – a tenté de « créer des partenaires », c’est-à-dire des Palestiniens locaux qui semblaient suffisamment puissants et dominants, mais aussi disposés à dire ce que les Israéliens aiment entendre. Ainsi ont émergé des « étoiles » éphémères, comme Abou Shabab dans le sud de Gaza.

Abou Shabab était exactement le type de personne qu’Israël aime avoir comme partenaire. Il était armé mais prêt à coopérer ; il s’opposait au Hamas mais n’était pas affilié à l’Autorité palestinienne ; et il donnait l’impression de pouvoir maintenir « la rue » sous contrôle.

Mais en réalité, c’était un criminel dont le pouvoir n’existait que dans les zones où Israël demeurait physiquement présent. Au-delà des limites de l’influence israélienne, il n’avait ni pouvoir, ni légitimité, ni preneur pour ses marchandises.

Yasser Abou Shabab (deuxième à partir de la gauche)

Ce type de personnage n’a rien de nouveau. Il suffit de demander aux membres de l’Armée du Liban-Sud, qui ont compté sur Israël pendant deux décennies jusqu’à ce qu’Israël leur retire le tapis sous les pieds du jour au lendemain, par son retrait unilatéral du Liban.

Quiconque reçoit un pouvoir de l’extérieur sans base de soutien interne vit à crédit. Pourtant Israël, une fois encore, a construit une illusion autour de quelqu’un par nécessité de trouver une personne jugée apte à diriger Gaza, plutôt que par rapport aux besoins palestiniens de disposer d’un véritable leadership.

La mort d’Abou Shabab offre une leçon importante : le leadership ne peut pas émerger de diktats israéliens. Abou Shabab semblait un homme fort ; en réalité, il était un maillon faible, dépendant des armes, du chaos et du double jeu pratiqué à la fois par les acteurs locaux et par Israël.

Mais Gaza n’est pas un endroit où l’on peut imposer un dirigeant d’en haut en espérant que la base l’acceptera. L’histoire du territoire est plus forte que toute tentative d’ingénierie.

Cuando el ejército se convierte en predicador: los peligros de la campaña “Por Judea” de Israel

Gideon Levy, Haaretz, 4-12-2025
Traducido por Tlaxcala

 Mientras el bando liberal ha estado luchando hasta la última gota de sangre por la cuestión del reclutamiento de los jaredíes [ultraortodoxos] en las Fuerzas de Defensa de Israel, el propio ejército se ha convertido en el ejército de Dios, incluso sin muchos reclutas ultraortodoxos. Al mismo tiempo que cierra la Radio del Ejército, el ejército ha creado una agencia de viajes basada en la fe, IDF Tours, que ofrece una selección de visitas a Dios y a la Tierra Prometida. 
 

Una conferencia de colonos en la Tumba de los Patriarcas ( Mezquita de Ibrahim) en Hebrón/Al Jalil en septiembre. La campaña incluye contenidos presentados por oficiales, soldados, guías turísticos civiles y arqueólogos, así como por figuras políticas de los asentamientos. Foto Itai Ron

¿Era Radio Ejército una anomalía? Espera a oír hablar de la agencia de viajes del ejército. Con el lanzamiento de la campaña “Por Judea”, dirigida por la Brigada de Judea, ya no hay duda de que las FDI no solo son el ejército del pueblo, sino también el ejército de Dios.

¿Y qué pasa con aquellos que no están a favor del Señor? ¿También se les exigirá que se alisten en el ejército de Dios? ¿Qué harán los jóvenes laicos que no creen en los cuentos de hadas religiosos? ¿Cómo servirán en Cisjordania?

Estas cuestiones han surgido tras la revelación por Noa Shpigel y Nir Hasson sobre la nueva campaña turística de las FDI (Haaretz, 2 de diciembre). La campaña no solo invita a soldados y civiles a visitar la Cisjordania ocupada y saqueada, ignorando descaradamente a la mayoría de las personas que viven allí y a quienes pertenece, sino que también inventa explicaciones para la presencia del ejército allí que solo aquellos que sufren delirios mesiánicos podrían creer.

La próxima vez que haya un pogromo en Cisjordania y los soldados se unan a él, sepan que han sido lavados el cerebro por esta campaña y otras similares. Y no son solo los activistas colonos quienes les lavan el cerebro, sino también sus comandantes y sus adjuntos.

«El objetivo de esto es responder a una pregunta aparentemente sencilla, pero muy importante: ¿por qué? ¿Por qué estamos aquí?», dice el coronel Shahar Barkai, comandante de la Brigada de Judea, como si estuviera dando su discurso de bar mitzvá. «¿Por qué estamos aquí, en el campo samaritano?», pregunta su colega Ariel Gonen, comandante de la Brigada de Samaria.

Les han lavado el cerebro. «Ahora que he hecho la gira, veo lo estrecho que es el vínculo, y mi capacidad para llevar a cabo la misión se ve reforzada por una amplia comprensión de lo que es este lugar», dice el teniente primero Avishag Yonah, comandante de la unidad de información de Judea y Samaria. Los soldados son más eficaces a la hora de maltratar a los palestinos en los puestos de control, aún más eficaces a la hora de secuestrar a padres de sus camas delante de sus hijos y actúan con mayor crueldad hacia los residentes. Al fin y al cabo, esa es su misión.


Soldados de las FDI detienen a sospechosos durante una redada en Jenin, en Cisjordania, el jueves. Foto AFP/ZAIN JAAFAR

Los textos parecen haber sido escritos para los oficiales por activistas colonos, y tal vez ese sea el caso. En cualquier caso, la verdad que se desprende de ellos es cruda: si los soldados creen los cuentos de hadas que se les presentan —que Nabal el Carmelita se bañó en el hermoso embalse de la aldea palestina de al-Karmil y, por lo tanto, es nuestro; que la historia del milagro de Abraham, nuestro antepasado, que vino a completar el minyán en una sinagoga en el corazón de Hebrón hace cientos de años, es cierta— serán mejores soldados. Incluso hay lugares recomendados para llevar a tu pareja. ¿Qué te parece? ¿Pasamos una noche en los 56 manantiales palestinos que los colonos tomaron por la fuerza?

El mensaje es sencillo. Las FDI están ahí porque Nabal el carmelita estaba ahí. Los soldados pueden matar porque el patriarca Abraham vagaba por allí. Quizás la mayoría del público no acepte esto, pero un ejército popular que se ha convertido en el ejército del Señor no está interesado en mayorías o minorías, en la verdad o la ficción. Lavará el cerebro a los jóvenes que se alisten.

No hay ni una palabra en la campaña sobre los palestinos, los habitantes de la tierra. Para las FDI, y esta vez oficialmente, no existen. Son aire, por lo que se les puede maltratar, torturar y matar. Y así, generación tras generación, los israelíes envían a sus hijos a matar y a morir en la Franja de Gaza y a lavarlos el cerebro en Cisjordania.

Barkai, ¿quieres saber por qué estamos allí? Porque conquistamos la tierra por la fuerza. Porque éramos codiciosos de territorio, porque somos codiciosos de venganza contra los palestinos, porque creemos en las tonterías de la campaña que lanzaste. Por eso estamos allí.

 NdT

Según una rápida investigación, la campaña «por Judea» tiene un alcance muy limitado: su página de Instagram tiene 149 seguidores, su cuenta de Telegram tiene 70 y su grupo de WhatsApp tiene 573. En resumen, nada del otro mundo.