La perle du jour

 « Le public n'est plus dupe des mensonges propagandistes qui résonnent dans les médias. Ces lettres ont été écrites par un petit groupe de radicaux, manipulés par des organisations financées par des fonds étrangers dans le seul but de renverser le gouvernement de droite. Ce n'est pas une vague. Ce n'est pas un mouvement. C'est un petit groupe de retraités bruyant, anarchiste et déconnecté, dont la plupart n'ont pas servi [dans l’armée] depuis des années ». C’est ainsi que Netanyahou a réagi aux pétitions qui se succèdent en rafales, émanant de centaines et de milliers de réservistes de l’armée de l’air, du corps médical militaire, de la marine, demandant au gouvernement d’arrêter de bombarder Gaza pour épargner les Israéliens encore captifs [les fameux « otages », qui sont encore une trentaine en vie plus une trentaine à l'état de cadavres]]. Bibi, qui a 75 ans, n’a pas l’intention, quant à lui de devenir un paisible retraité, ni bruyant ni silencieux. Les pilotes signataires de la première pétition seront rayés des cadres de l’armée génocidaire, ce qui est une bonne chose.

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13/12/2021

PEPE ESCOBAR
“Reconquista”: Em 2022, um argelino islamofóbico quer ‘limpar’ a França do ‘perigo muçulmano’

Pepe Escobar, The Cradle, 9/12/2021

Traduzido pelo Coletivo de Tradutores Vila Mandinga

“— Re quê?, indagou Bianchon.
— Re-toque.
— Re-trato.
— Re-talho.
— Re-tranca.
— Re-truque.
— Re-treta.
— Re-tinto.
— Re-torama.

Essas oito respostas partiram de todos os lados da sala com a rapidez de uma fuzilaria e se tornaram ainda mais engraçadas porque o pai Goriot olhava para os convivas com expressão aparvalhada, como alguém que procura entender uma língua estrangeira.”

Pai Goriot
, Balzac, 1835, tradução e notas de Paulo Rónai,
aqui, pág. 71*

 

https://media.thecradle.co/wp-content/uploads/2021/12/1-1200x567.jpg 

Francês islamofóbico e candidato à presidência, Eric Zemmour magnetiza a extrema direita com suas polêmicas racistas. Nome de família judeu berbere da Argélia, Zemmour significa azeitona em berbere e “buzina” em árabe. Foto: The Cradle


Em agudo contraste com o ambiente político moroso por toda a Europa, a eleição na França – contra todas as probabilidades – promete agora se tornar uma das disputas mais interessantes que teremos em 2022.
Justo quando todos, da Normandia à Côte d’Azur pareciam já conformados a sofrer um segundo surto de macronismo, Eric Zemmour, polemista convertido em político, aparece com uma reviravolta no enredo.
E precisou menos de uma semana. Na 2ª-feira, 29 de novembro, Zemmour
anunciou oficialmente  que concorrerá às eleições. Chegou com cenário completo à De Gaulle, lendo discurso ao som de Beethoven, frente a um microfone antiquado e cercado por livros.
Ali Zemmour anunciou o nome de seu novo partido político: ‘Reconquista’ – inspirado na batalha de sete séculos que os cristãos tiveram de enfrentar para expulsar os mouros da Ibéria, o que afinal conseguiram em 1492.
Para Zemmour e seus ávidos acólitos, trata-se simplesmente de reconquistar a França, arrancando-a outra vez das mãos do inimigo muçulmano.
Depois, no domingo, 5 de dezembro, realizou
seu primeiro comício de candidato diante de mais de dez mil pessoas. Nenhum político francês hoje consegue arrastar semelhante multidão.