28/09/2024

Conclusões do Primeiro Congresso da Internacional Antifascista (IA), Caracas, setembro de 2024

 

Congresso Mundial contra o fascismo, o neofascismo e outras expressões similares
Centro de Convenções Simón Rodríguez
La Carlota. Caracas Venezuela
10 e 11 de setembro de 2024

CONCLUSÕES DO PRIMEIRO CONGRESSO DA INTERNACIONAL ANTIFASCISTA (IA)

Original em espanhol
Traduzido por
Helga Heidrich, editado por Fausto Giudice, Tlaxcala
Versão em francês
Versão em inglês

O evento contou com a presença de mais de 1.200 participantes de 97 países, especialmente da América Latina, África, Ásia e Oriente Médio.
Com quatro discursos principais e oito painéis, o evento contou com mais de 30 palestrantes.
Movimentos sociais, feministas, juvenis e culturais, intelectuais e acadêmicos, sindicatos e partidos políticos, celebridades, organizações indígenas, coletivos de direitos humanos, organizações dos povos do mundo.
O internacionalismo em defesa da vida humana e do planeta não pode ser dissociado da luta pela paz, pela justiça social e pelos direitos humanos, nem das lutas antifascistas, anticapitalistas, anticolonialistas, antipatriarcais e anti-imperialistas, com base nos princípios do socialismo do século XXI.

Fascismo do século XX

O fascismo do século XX surgiu como resposta a uma série de crises econômicas, sociais e políticas que abalaram a Europa após a Primeira Guerra Mundial. Nesse cenário de desespero e desilusão com as democracias liberais, movimentos autoritários como o fascismo italiano e o nazismo alemão encontraram terreno fértil.
Ambos os movimentos compartilhavam um ódio visceral ao comunismo e ao socialismo e usaram o medo do “inimigo interno” para consolidar seu poder.
Os movimentos fascistas do século XX compartilhavam características comuns: nacionalismo exacerbado, autoritarismo, anticomunismo, antiliberalismo, militarismo, violência, propaganda e controle da mídia, supremacismo racial e anti-intelectualismo. Esses elementos permitiram a consolidação do poder absoluto, usando a censura, a propaganda e a repressão como ferramentas fundamentais.

Neofascismo digital do século XXI

Estamos testemunhando uma profunda transformação na estrutura do capitalismo global, uma fase que pode ser chamada de capitalismo digital.
Uma nova fase capitalista neofascista marcada pela crescente concentração de poder nas mãos de uma nova aristocracia financeira e tecnológica que controla vastos recursos econômicos e domina as tecnologias de informação e comunicação.
Em 2022, os 10 homens mais ricos do mundo possuíam mais riqueza do que os 3,1 bilhões dos mais pobres. Os 10% mais ricos da população mundial
arrecadam 52% da renda global, enquanto a metade mais pobre recebe apenas 8,5%. A metade mais pobre da população mundial possui 2% da riqueza total do mundo, enquanto os 10% mais ricos possuem 76%.
De acordo com a Forbes, há 141 bilionários a mais em 2024 do que em 2023 e 26 a mais do que o recorde estabelecido em 2021.
Além disso, os bilionários estão mais ricos do que nunca, com um valor agregado de US$ 14,2 trilhões.

Ascensão do neofascismo digital:

Esse contexto de desenvolvimento de uma nova fase capitalista propiciou o surgimento de ideologias extremistas ligadas aos interesses dessa nova aristocracia financeira e tecnológica, representada por figuras como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos, que atuam ao lado de think tanks, organizações multilaterais, ONGs, corporações militares (Academi, Erick Prince), paramilitares e cartéis de narcotráfico, ligados a redes de partidos políticos de direita e extrema-direita.

Aristocracia financeira e tecnológica:

De acordo com o ranking da Forbes:

Bernard Arnault
: proprietário da LVMH, com 75 marcas no setor de moda e cosméticos (Louis Vuitton, Sephora, etc.). Fortuna de 233 bilhões de dólares.
Elon Musk: cofundador de seis empresas, incluindo a empresa automotiva Tesla e a empresa aeroespacial SpaceX, e comprou a rede social Twitter (rebatizada como X) em outubro de 2022. Fortuna de US$ 195 bilhões.
Jeff Bezos: fundador da gigante do comércio eletrônico Amazon, proprietário do The Washington Post e da Blue Origin, uma empresa aeroespacial que desenvolve foguetes Fortuna: 194 bilhões de dólares.
Mark Zuckerberg, proprietário da Meta (onde fundiu as plataformas do Facebook, Instagram e WhatsApp, entre outras). Patrimônio líquido de 177 bilhões de dólares.
Larry Ellison, presidente, diretor de tecnologia e cofundador da gigante de software Oracle. Patrimônio líquido de US$ 141 bilhões

Nova fase e neofascismo

Esse neofascismo difere de seus estágios anteriores pelo controle estratégico de tecnologias avançadas, que estão remodelando as relações sociais, políticas e econômicas.
Tecnologias como a Internet das coisas, a inteligência artificial, as redes 5G e 6G, o metaverso, a nanotecnologia e a robótica transformaram as plataformas digitais em “novas fábricas”, onde o capital explora o tempo de lazer e descanso, convertendo-o em tempo de produção.

Essa revolução tecnológica colonizou todos os aspectos de nossas vidas, transformando radicalmente a maneira como trabalhamos, nos relacionamos e participamos politicamente.

Ideologias extremistas:

Ascensão de figuras neofascistas em todo o mundo, articuladas no autodenominado Movimento Alt-Right Global e na ideologia neo-reacionária (NRX) autodefinida. Estas prestam homenagem a figuras como Benjamin Netanyahu (Israel), Donald Trump (EUA), Giorgia Meloni (Itália), Santiago Abascal (Espanha), Javier Milei (Argentina), Maria Corina Machado (Venezuela), Nayib Bukele (El Salvador), Jair Bolsonaro (Brasil), Volodimir Zelensky (Ucrânia), Marine Le Pen (França).
Esses líderes usam discursos populistas para legitimar regimes que promovem a repressão de movimentos sociais, a xenofobia, o racismo, a violência política e a violação dos direitos humanos, apelando para o medo, o terror e a insegurança como forma de legitimar planos de golpe e políticas antidemocráticas, ao mesmo tempo em que aumentam a lacuna da desigualdade econômica e garantem a pilhagem de recursos.

Intolerância e discurso de ódio:

O neofascismo, como a nova fase do fascismo, perpetua e aprofunda a violência contra as mulheres e a diversidade, exacerbando as desigualdades estruturais geradas pelo capitalismo, pelo racismo e pelo patriarcado. Esse sistema de opressão se reflete no desaparecimento forçado de mulheres líderes políticas e ativistas feministas, bem como nos altos índices de feminicídios, estratégias que buscam disciplinar e silenciar aquelas que lutam pela justiça social.

A feminização da direita e o uso de figuras femininas pelos fascismos e neofascismos são táticas criadas para manipular e legitimar políticas reacionárias.
Nesse contexto, é fundamental articular globalmente um programa popular, revolucionário, antipatriarcal, anticapitalista, antirracista, anticolonialista, antissionista e antifascista. Somente assim será possível rejeitar as políticas que promovem a exclusão, o racismo e a xenofobia como ferramentas de dominação.

Redes sociais e guerra cognitiva:

Vivemos em uma época em que as tecnologias digitais desempenham um papel central. As redes sociais e as plataformas de mídia são a arena central para a manipulação de percepções e alienação social. A chamada “quarta revolução industrial” promove a apropriação e a utilização de desenvolvimentos científicos e tecnológicos para a fragmentação das sociedades e a guerra cognitiva, por meio de algoritmos que buscam perpetuar a dominação de uma elite global com seu epicentro no “Ocidente”.

Redes sociais e guerra cognitiva:

A vida on-line, marcada pela dissociação emocional, facilita o distanciamento dos efeitos de suas ações, muitas vezes servindo como uma ponte para a violência na realidade.

Think tanks e centros de pesquisa, organizados em redes globais, usam dispositivos digitais para conduzir campanhas de influência, com mensagens segmentadas que afetam a subjetividade individual e coletiva.

A necessidade de tornar visível e abordar o agravamento dos problemas de saúde mental. Incidência de transtornos ansiosos e depressivos, vícios, apatia e suicídio de jovens.

Importância da construção e articulação de ferramentas que permitam aos jovens enfrentar a manipulação das plataformas digitais, por meio da reflexão crítica e da luta coletiva.

Juventude e guerra cognitiva:

O neofascismo digital busca despolitizar as gerações mais jovens por meio do uso de telas, promovendo o individualismo e a hiperfragmentação social, o consumismo irracional, a meritocracia e a negação da historicidade.

As novas tecnologias são usadas para propaganda e desinformação em massa e para a construção de um inimigo interno que se torna um “nós contra eles”, explorando o medo e a desumanização dos outros seres humanos
Ela tenta desvinculá-los de suas identidades culturais e patrióticas, dos valores comunitários e do cuidado com a vida. O objetivo é fragmentar o tecido social e alienar os jovens das lutas coletivas, enfraquecendo sua capacidade de reagir às injustiças do sistema.

Neocolonialismo 2.0:

O modelo de morte que o capitalismo está aprofundando nessa nova fase se reflete claramente no genocídio sionista e fascista contra Gaza. Isso aumentou o conflito no Oriente Médio, com um “eixo de resistência” que luta na linha de frente em solidariedade ao povo da Palestina.

Dia após dia, o povo palestino resiste, sustentado por laços de solidariedade internacional, diante do regime fascista que busca esmagar sua dignidade e apagar sua existência, personificado na figura do primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu. É fundamental entender e tornar visíveis as conexões entre o sionismo e o fascismo, identificando suas novas expressões, como parte do reconhecimento do inimigo comum dos povos do mundo.

Neocolonialismo 2.0:

A intervenção imperialista da OTAN na Ucrânia, com o apoio das potências ocidentais, transformou o país em um campo de batalha geopolítico. Nesse cenário, Volodymir Zelensky emergiu como joguete do imperialismo.

Na África, o neocolonialismo europeu está passando por um momento de grandes derrotas. Os povos do mundo estão vendo com entusiasmo o surgimento da Confederação dos Estados do Sahel, entre Mali, Níger e Burkina Faso.
Na América Latina e no Caribe, os ataques dirigidos contra a República Bolivariana da Venezuela, juntamente com as recentes tentativas de golpe nas repúblicas irmãs de Honduras, Colômbia e Bolívia, são evidências de uma ofensiva neofascista e neocolonial na região.

Neocolonialismo 2.0:

A guerra econômica inflige violência em vários países, especialmente em Cuba e na Venezuela. Na Argentina, a ascensão abrupta de Javier Milei à presidência é um fenômeno neo-reacionário dentro da nova estrutura econômica e política global.
As milícias irregulares, ligadas ao tráfico de drogas, são um verdadeiro drama em algumas regiões do México, Colômbia, Equador e no chamado “triângulo norte” da América Central - Guatemala, Honduras e El Salvador. No entanto, toda a região está sofrendo com o aumento da violência do tráfico de drogas.

 

A Internacional Antifascista (IA)

É necessário criar uma Internacional Antifascista para coordenar os esforços dos movimentos sociais e políticos em defesa da democracia popular e proativa, da justiça social e dos direitos humanos em nível global.
Essa frente coletiva de luta não deve apenas confrontar o neofascismo nas esferas política, de rua e ideológica, mas também deve usar as ferramentas tecnológicas do espaço digital para combater a guerra multidimensional e cognitiva em curso.

A Internacional Antifascista como um espaço para a articulação de lutas anticapitalistas, anti-imperialistas, anticolonialistas, anti-patriarcais e anti-racistas.

Consolidar uma ofensiva coordenada que promova os valores da justiça social, da paz, da soberania e da autossuficiência.

Solidariedade global e lutas territoriais:

A proposta de construir uma Internacional antifascista inclui a criação de agendas setoriais, capítulos regionais e nacionais, bem como múltiplas redes de solidariedade global para enfrentar o ressurgimento do fascismo.
Isso implica uma articulação internacional de estratégias de luta, envolvendo todas as organizações políticas, sociais, culturais, feministas, sindicais e culturais em toda a extensão do planeta.

É fundamental entender esse capitalismo digital e suas novas formas de exploração do trabalho humano e do conhecimento. O tempo de lazer comum é agora um novo campo de extração de mais-valia.

Capítulos por região e país: construindo agendas concretas nos cinco continentes para enfrentar a ameaça do fascismo.

 

 

 

Abschlussbericht des ersten Kongresses der Antifaschistischen Internationale (AI), Caracas, September 2024




Weltkongress gegen Faschismus, Neofaschismus und andere ähnliche Ausdrucksformen

Simón Rodríguez Convention Centre
La Carlota. Caracas Venezuela
10. und 11. September 2024

ABSCHLUSSBERICHT DES ERSTEN KONGRESSES DER ANTI-FASCHISTISCHEN INTERNATIONALE (AI)

Spanisches Original
Übersetzt von
Helga Heidrich, herausgegeben von Fausto Giudice, Tlaxcala
Französische Fassung
Englische Fassung

An der Veranstaltung nahmen mehr als 1.200 Teilnehmer aus 97 Ländern teil, insbesondere aus Lateinamerika, Afrika, Asien und dem Nahen Osten.
Mit vier Grundsatzreden und acht Panels hatte die Veranstaltung mehr als 30 Redner.
Soziale, feministische, jugendliche und kulturelle Bewegungen, Intellektuelle und Akademiker, Gewerkschaften und politische Parteien, Prominente, indigene Organisationen, Menschenrechtskollektive, Organisationen der Völker der Welt.
Internationalismus zur Verteidigung des menschlichen Lebens und des Planeten kann nicht vom Kampf für Frieden, soziale Gerechtigkeit und Menschenrechte getrennt werden, ebenso wenig wie von den antifaschistischen, antikapitalistischen, antikolonialistischen, antipatriarchalen und antiimperialistischen Kämpfen, die auf den Prinzipien des Sozialismus des 21. Jahrhunderts basieren.

20. Jahrhundert: Faschismus
Der Faschismus im 20. Jahrhundert entstand als Reaktion auf eine Reihe von wirtschaftlichen, sozialen und politischen Krisen, die Europa nach dem Ersten Weltkrieg erschütterten. Vor diesem Hintergrund der Verzweiflung und Enttäuschung über die liberalen Demokratien fanden autoritäre Bewegungen wie der italienische Faschismus und der deutsche Nationalsozialismus fruchtbaren Boden.
Beide Bewegungen teilten einen tiefsitzenden Hass auf Kommunismus und Sozialismus und nutzten die Angst vor dem „inneren Feind“, um ihre Macht zu festigen.
Die faschistischen Bewegungen des 20. Jahrhunderts hatten gemeinsame Merkmale: verschärfter Nationalismus, Autoritarismus, Antikommunismus, Antiliberalismus, Militarismus, Gewalt, Propaganda und Medienkontrolle, rassistische Überlegenheitsideologie und Anti-Intellektualismus. Diese Elemente ermöglichten die Festigung der absoluten Macht, wobei Zensur, Propaganda und Unterdrückung als Schlüsselinstrumente eingesetzt wurden.

21. Jahrhundert: Digitaler Neofaschismus
Wir erleben einen tiefgreifenden Wandel in der Struktur des globalen Kapitalismus, eine Phase, die als digitaler Kapitalismus bezeichnet werden kann.
Eine neue neofaschistisch- kapitalistische Phase, die durch die zunehmende Machtkonzentration in den Händen einer neuen Finanz- und Technologiearistokratie gekennzeichnet ist, die über enorme wirtschaftliche Ressourcen verfügt und die Informations- und Kommunikationstechnologien beherrscht.
Im Jahr 2022 besaßen die zehn reichsten Männer der Welt mehr Vermögen als die 3,1 Milliarden ärmsten Menschen. Die reichsten 10 % der Weltbevölkerung
beziehen 52 % des globalen Einkommens, während die ärmste Hälfte nur 8,5 % erhält. Die ärmste Hälfte der Weltbevölkerung besitzt 2 % des Gesamtvermögens der Welt, während die reichsten 10 % 76 % besitzen.
Laut Forbes gab es 2024 141 Milliardäre mehr als 2023 und 26 mehr als im Rekordjahr 2021.
Außerdem sind Milliardäre mit einem Gesamtwert von 14,2 Billionen US-Dollar reicher als je zuvor.

Aufstieg des digitalen Neofaschismus:
In diesem Kontext der Entwicklung einer neuen kapitalistischen Phase sind extremistische Ideologien entstanden, die mit den Interessen dieser neuen Finanz- und Technologiearistokratie verbunden sind, die von Persönlichkeiten wie Elon Musk, Mark Zuckerberg und Jeff Bezos vertreten wird, die mit Think Tanks, multilateralen Organisationen, NGOs, Militärunternehmen (Academi, Erick Prince), paramilitärischen Gruppen und Drogenhandelskartellen zusammenarbeiten, die mit Netzwerken rechter und rechtsextremer politischer Parteien verbunden sind.


Finanz- und Technologiearistokratie:
Laut Forbes-Ranking:
Bernard Arnault: Eigentümer von LVMH, mit 75 Marken in der Mode- und Kosmetikindustrie (Louis Vuitton, Sephora usw.). Vermögen von 233 Milliarden Dollar.
Elon Musk: Mitbegründer von sechs Unternehmen, darunter das Automobilunternehmen Tesla und das Luft- und Raumfahrtunternehmen SpaceX, und Käufer des sozialen Netzwerks Twitter (umbenannt in X) im Oktober 2022. Vermögen von 195 Milliarden Dollar.
Jeff Bezos: Gründer des E-Commerce-Riesen Amazon, Eigentümer der Washington Post und von Blue Origin, einem Raumfahrtunternehmen, das Raketen entwickelt. Vermögen: 194 Milliarden Dollar.
Mark Zuckerberg, Eigentümer von Meta (wo er u. a. die Plattformen von Facebook, Instagram und WhatsApp zusammenführte). Nettovermögen von 177 Milliarden Dollar.
Larry Ellison, Vorsitzender, Chief Technology Officer und Mitbegründer des Software-Riesen Oracle. Nettovermögen 141 Milliarden Dollar
 

Neue Phase und Neofaschismus
Dieser Neofaschismus unterscheidet sich von seinen vorherigen Phasen durch eine strategische Kontrolle fortschrittlicher Technologien, die die sozialen, politischen und wirtschaftlichen Beziehungen neu gestalten.
Technologien wie das Internet der Dinge, künstliche Intelligenz, 5G- und 6G-Netze, Metaverse, Nanotechnologie und Robotik haben digitale Plattformen zu „neuen Fabriken“ gemacht, in denen das Kapital Freizeit und Ruhezeit ausbeutet und in Produktionszeit umwandelt.
Diese technologische Revolution hat jeden Aspekt unseres Lebens kolonisiert und die Art und Weise, wie wir arbeiten, miteinander umgehen und uns politisch beteiligen, radikal verändert.

Extremistische Ideologien:
Aufstieg neofaschistischer Persönlichkeiten auf der ganzen Welt, die sich in der selbsternannten Global Alt-Right Movement und der selbstdefinierten neoreaktionären Ideologie (NRX) artikulieren. Hier zollen sie Persönlichkeiten wie Benjamin Netanjahu (Israel), Donald Trump (USA), Giorgia Meloni (Italien), Santiago Abascal (Spanien), Javier Milei (Argentinien), Maria Corina Machado (Venezuela), Nayib Bukele (El Salvador), Jair Bolsonaro (Brasilien), Volodimir Zelensky (Ukraine) und Marine Le Pen (Frankreich) Tribut.
Diese Anführer nutzen populistische Diskurse, um Regime zu legitimieren, die die Unterdrückung sozialer Bewegungen, Fremdenfeindlichkeit, Rassismus, politische Gewalt und die Verletzung der Menschenrechte fördern, und appellieren an Angst, Terror und Unsicherheit, um Putschpläne und antidemokratische Politik zu legitimieren, während sie die Kluft der wirtschaftlichen Ungleichheit vergrößern und die Plünderung von Ressourcen garantieren.

Intoleranz und Hassreden:
Der Neofaschismus als neue Phase des Faschismus setzt die Gewalt gegen Frauen und Vielfalt fort und vertieft sie, wodurch die durch Kapitalismus, Rassismus und Patriarchat verursachten strukturellen Ungleichheiten verschärft werden. Dieses Unterdrückungssystem spiegelt sich im Verschwinden politischer Frauen in Führungspositionen und feministischer Aktivistinnen sowie in der hohen Zahl von Frauenmorden wider, Strategien, die darauf abzielen, diejenigen, die für soziale Gerechtigkeit kämpfen, zu disziplinieren und zum Schweigen zu bringen.
Die Feminisierung des rechten Flügels und die Verwendung weiblicher Figuren durch Faschismus und Neofaschismus sind Taktiken, die darauf abzielen, reaktionäre Politik zu manipulieren und zu legitimieren.
Vor diesem Hintergrund ist es von entscheidender Bedeutung, ein populäres, revolutionäres, antipatriarchales, antikapitalistisches, antirassistisches, antikolonialistisches, antizionistisches und antifaschistisches Programm zu formulieren. Nur so ist es möglich, eine Politik abzulehnen, die Ausgrenzung, Rassismus und Fremdenfeindlichkeit als Mittel der Herrschaft fördert.

Soziale Netzwerke und kognitive Kriegsführung:
Wir leben in einer Zeit, in der digitale Technologien eine zentrale Rolle spielen. Soziale Netzwerke und Medienplattformen sind der zentrale Schauplatz für die Manipulation von Wahrnehmungen und sozialer Entfremdung. Die sogenannte „vierte industrielle Revolution“ fördert die Aneignung und Nutzung wissenschaftlicher und technologischer Entwicklungen für die Fragmentierung von Gesellschaften und die kognitive Kriegsführung durch Algorithmen, die darauf abzielen, die Vorherrschaft einer globalen Elite mit ihrem Epizentrum im „Westen“ aufrechtzuerhalten.

Soziale Netzwerke und kognitive Kriegsführung:
Das von emotionaler Entfremdung geprägte Online-Leben erleichtert die Abkopplung von den Auswirkungen des eigenen Handelns und dient oft als Brücke zur Gewalt in der Realität.

In globalen Netzwerken organisierte Denkfabriken und Forschungszentren nutzen digitale Geräte, um Einflusskampagnen mit segmentierten Botschaften durchzuführen, die die individuelle und kollektive Subjektivität beeinflussen.
Die Notwendigkeit, die Verschlimmerung psychischer Probleme sichtbar zu machen und anzugehen. Häufigkeit von Angst- und depressiven Störungen, Sucht, Apathie und Selbstmord bei Jugendlichen.
Die Bedeutung der Entwicklung und Formulierung von Instrumenten, die es jungen Menschen ermöglichen, sich der Manipulation digitaler Plattformen durch kritische Reflexion und kollektiven Kampf zu stellen.

Jugend und kognitive Kriegsführung:
Der digitale Neofaschismus versucht, die jüngeren Generationen durch die Nutzung der Bildschirme zu entpolitisieren, indem er Individualismus und soziale Hyperfragmentierung, irrationalen Konsumismus, Meritokratie und Geschichtslosigkeit fördert.

Neue Technologien werden für Propaganda und Massen-Desinformation sowie für die Konstruktion eines inneren Feindes genutzt, der zu einem „wir gegen sie“ wird, wobei Angst und die Entmenschlichung der Mitmenschen ausgenutzt werden
Es wird versucht, sie von ihrer kulturellen und patriotischen Identität, von den Werten der Gemeinschaft und der Sorge um das Leben zu lösen. Ziel ist es, das soziale Gefüge zu fragmentieren und junge Menschen von kollektiven Kämpfen zu entfremden, wodurch ihre Fähigkeit geschwächt wird, auf die Ungerechtigkeiten des Systems zu reagieren.

Neokolonialismus 2.0:
Das Todesmodell, das der Kapitalismus in dieser neuen Phase vertieft, spiegelt sich deutlich im zionistischen und faschistischen Völkermord in Gaza wider. Dies hat den Konflikt im Nahen Osten eskalieren lassen, mit einer „Achse des Widerstands“, die an vorderster Front in Solidarität mit dem palästinensischen Volk kämpft.
Tag für Tag leistet das palästinensische Volk, getragen von den Banden der internationalen Solidarität, Widerstand gegen das faschistische Regime, das versucht, seine Würde zu brechen und seine Existenz auszulöschen, verkörpert in der Person des zionistischen Premierministers Benjamin Netanjahu. Es ist von entscheidender Bedeutung, die Verbindungen zwischen Zionismus und Faschismus zu verstehen und sichtbar zu machen, indem man ihre neuen Ausdrucksformen als Teil der Anerkennung des gemeinsamen Feindes der Völker der Welt identifiziert.

Neokolonialismus 2.0:
Die imperialistische Intervention der NATO in der Ukraine mit Unterstützung westlicher Mächte hat das Land zu einem geopolitischen Schlachtfeld gemacht. In diesem Szenario ist Wolodymyr Selenskyj zum Spielball des Imperialismus geworden.

In Afrika erlebt der europäische Neokolonialismus eine Zeit schwerer Niederlagen. Die Völker der Welt blicken mit Begeisterung auf die Entstehung der Konföderation der Sahelstaaten zwischen Mali, Niger und Burkina Faso.
In Lateinamerika und der Karibik sind die Angriffe auf die Bolivarische Republik Venezuela sowie die jüngsten Putschversuche in den Schwesterrepubliken Honduras, Kolumbien und Bolivien ein Beweis für eine neofaschistische und neokoloniale Offensive in der Region.

Neokolonialismus 2.0:

Wirtschaftskrieg führt in einer Reihe von Ländern zu Gewalt, insbesondere in Kuba und Venezuela. In Argentinien ist der plötzliche Aufstieg von Javier Milei zum Präsidenten ein neoreaktionäres Phänomen innerhalb der neuen globalen wirtschaftlichen und politischen Struktur.
Irreguläre Armeen, die mit dem Drogenhandel in Verbindung stehen, sind in einigen Regionen Mexikos, Kolumbiens, Ecuadors und im sogenannten „Nördlichen Dreieck“ Zentralamerikas, Guatemala, Honduras und El Salvador, ein echtes Problem. Die gesamte Region leidet jedoch unter der zunehmenden Gewalt im Zusammenhang mit dem Drogenhandel.

Die Antifaschistische Internationale (AI)
Es ist notwendig, eine Antifaschistische Internationale zu schaffen, um die Bemühungen sozialer und politischer Bewegungen zur Verteidigung der Volks- und proaktiven Demokratie, der sozialen Gerechtigkeit und der Menschenrechte auf globaler Ebene zu koordinieren.
Diese kollektive Kampffront muss nicht nur dem Neofaschismus auf politischer, Straßen- und ideologischer Ebene entgegentreten, sondern auch die technologischen Werkzeuge des digitalen Raums nutzen, um der anhaltenden mehrdimensionalen und kognitiven Kriegsführung entgegenzuwirken.

Die antifaschistische Internationale als Raum für die Artikulation antikapitalistischer, antiimperialistischer, antikolonialistischer, antipatriarchaler und antirassistischer Kämpfe.
Konsolidierung einer koordinierten Offensive, die die Werte soziale Gerechtigkeit, Frieden, Souveränität und Selbstständigkeit fördert.

Globale Solidarität und territoriale Kämpfe:
Der Vorschlag, eine antifaschistische Internationale aufzubauen, umfasst die Schaffung sektoraler Agenden, regionaler und nationaler Sektionen sowie mehrerer globaler Solidaritätsnetzwerke, um dem Wiederaufleben des Faschismus entgegenzutreten.
Dies impliziert eine internationale Formulierung von Kampfstrategien, an der alle politischen, sozialen, kulturellen, feministischen, gewerkschaftlichen und kulturellen Organisationen auf der ganzen Welt beteiligt sind.
Es ist von entscheidender Bedeutung, diesen digitalen Kapitalismus und seine neuen Formen der Ausbeutung menschlicher Arbeit und des Wissens zu verstehen. Die gemeinsame Freizeitgestaltung ist heute ein neues Feld der Mehrwertgewinnung.

Nationale und regionale Verbände: Erstellung konkreter Tagesordnungen auf den fünf Kontinenten, um der Bedrohung durch den Faschismus entgegenzutreten.

 

27/09/2024

Conclusions du premier congrès de l'Internationale antifasciste (IA), Caracas, septembre 2024

Congrès mondial contre le fascisme, le néofascisme et autres expressions similaires
Centre des congrès Simón Rodríguez
La Carlota. Caracas Venezuela
10 et 11 septembre 2024

 Original español
English version
Traduit par Fausto Giudice, Tlaxcala 

CONCLUSIONS DU PREMIER CONGRÈS DE L'INTERNATIONALE ANTIFASCISTE (IA)

L'événement a réuni plus de 1 200 participants de 97 pays, en particulier d'Amérique latine, d'Afrique, d'Asie et du Moyen-Orient.

Avec quatre discours d'ouverture et huit panels, l'événement a réuni plus de 30 intervenants.

Mouvements sociaux, féministes, de jeunesse et culturels, intellectuels et universitaires, syndicats et partis politiques, personnalités, organisations indigènes, collectifs de droits humains, organisations des peuples du monde.

L'internationalisme pour la défense de la vie humaine et de la planète ne peut être dissocié de la lutte pour la paix, la justice sociale et les droits de l'homme, ni de la lutte antifasciste, anticapitaliste, anticolonialiste, antipatriarcale et anti-impérialiste, basée sur les principes du socialisme du 21e Siècle.

Le fascisme du 20e Siècle

Le fascisme du 20e Siècle est apparu en réponse à une série de crises économiques, sociales et politiques qui ont secoué l'Europe après la Première Guerre mondiale.

Première Guerre mondiale. Dans ce contexte de désespoir et de désillusion à l'égard des démocraties libérales, des mouvements autoritaires tels que le fascisme italien et le nazisme allemand ont trouvé un terrain fertile.

Les deux mouvements partageaient une haine viscérale du communisme et du socialisme et utilisaient la peur de « l'ennemi intérieur » pour consolider leur pouvoir.

Les mouvements fascistes du 20e Siècle présentaient des caractéristiques communes : nationalisme exacerbé, autoritarisme, anticommunisme, antilibéralisme, militarisme, violence, propagande et contrôle des médias, suprémacisme racial et anti-intellectualisme.

Ces éléments ont permis de consolider un pouvoir absolu, en utilisant la censure, la propagande et la répression comme outils clés.

Le néofascisme numérique du 21e Siècle

Nous assistons à une profonde transformation de la structure du capitalisme mondial, une phase que l'on peut qualifier de capitalisme numérique.

Une nouvelle phase capitaliste néofasciste marquée par la concentration croissante du pouvoir entre les mains d'une nouvelle aristocratie financière et technologique qui contrôle de vastes ressources économiques et domine les technologies de l'information et de la communication.

En 2022, les 10 hommes les plus riches du monde possédaient plus de richesses que les 3,1 milliards de personnes les plus pauvres. Les 10 % les plus riches de la population mondiale reçoivent 52 % du revenu mondial, tandis que la moitié la plus pauvre n'en reçoit que 8,5 %.

La moitié la plus pauvre de la population mondiale possède 2 % de la richesse totale du monde, tandis que les 10 % les plus riches en possèdent 76 %.

Selon Forbes, il y a 141 milliardaires de plus en 2024 qu'en 2023 et 26 de plus que le record établi en 2021.

Le nombre de milliardaires en 2024 est supérieur au record établi en 2021. En outre, les milliardaires sont plus riches que jamais  auparavant, avec une valeur totale de 14 200 milliards de dollars.

Montée du néofascisme numérique :

Ce contexte de développement d'une nouvelle phase capitaliste a donné lieu à l'émergence d'idéologies extrémistes liées aux intérêts de cette nouvelle aristocratie financière et cette nouvelle aristocratie financière et technologique, représentée par des personnages comme Elon Musk, Mark Zuckerberg et Jeff Bezos qui opèrent aux côtés de laboratoires d’idées, d'organisations multilatérales, d’ONG, d’entreprises militaires (Academi, Erick Prince), des paramilitaires et des cartels de trafiquants de drogue, liés à des réseaux de partis politiques de droite et d'extrême droite.

Aristocratie financière et technologique :

Selon le classement Forbes :

Bernard Arnault : propriétaire de LVMH, avec 75 marques dans l'industrie de la mode et des cosmétiques (Louis Vuitton, , Sephora et autres). Fortune : 233 milliards de dollars.

Elon Musk : cofondateur de six entreprises, dont l'entreprise automobile Tesla et l'entreprise aérospatiale SpaceX. Il a également racheté le réseau social Twitter (rebaptisé X) en octobre 2022. Patrimoine : 195 milliards de dollars.

Jeff Bezos : fondateur du géant du commerce électronique Amazon, propriétaire de The Washington Post et de Blue Origin, une société aérospatiale qui développe des fusées. Richesse : 194 milliards de dollars.

Mark Zuckerberg, propriétaire de Meta (où il a fusionné les plateformes Facebook, Instagram et WhatsApp, entre autres). Poids net : 177 milliards de dollars.

Larry Ellison, PDG, directeur de la technologie et cofondateur du géant de logiciels Oracle. Poids net : 141 milliards de dollars

Nouvelle phase et néofascisme

Ce néofascisme se distingue des phases précédentes par la place centrale qu'il accorde au contrôle des technologies de pointe, qui remodèlent les relations sociales, politiques et économiques.

Des technologies telles que l'internet des objets, l'intelligence artificielle, les réseaux 5G et 6G, le métavers, les nanotechnologies et la robotique ont transformé les plateformes numériques en « nouvelles usines », où le capital exploite les loisirs et le temps de repos, en les transformant en temps de production.

Cette révolution technologique a colonisé tous les aspects de notre vie, transformant radicalement la façon dont nous vivons et travaillons, dont nous sommes en relation les un·es avec les autres et dont nous participons à la vie politique.

Idéologies extrémistes :

Montée des figures néo-fascistes dans le monde entier, articulée autour de l'autoproclamée « Alt-Right » mondiale et de l'idéologie néo-réactionnaire  (NRX). Ils rendent ici hommage à des personnages comme Benjamin Netanyahou (Israël), Donald Trump (USA), Giorgia Meloni (Italie), Santiago Abascal (Espagne), Javier Milei (Argentine), Maria Corina Machado (Venezuela), Nayib Bukele (Salvador), Jair Bolsonaro (Brésil), Volodimir Zelensky (Ukraine), Marine Le Pen (France).

Ces dirigeants utilisent des discours populistes pour légitimer des régimes qui favorisent la répression des mouvements sociaux, la xénophobie, le racisme, la violence politique et la violation des droits humains.

La peur, la terreur et l'insécurité sont utilisées pour justifier les plans de coup d'État et les politiques antidémocratiques.

Ces politiques ont pour effet d'aggraver les plans anti-démocratiques et les politiques répressives, tout en creusant le fossé de l'inégalité économique et en garantissant le pillage des ressources.

Intolérance et discours de haine :

Le néofascisme, en tant que nouvelle phase du fascisme, perpétue et approfondit la violence contre les femmes et la diversité, en exacerbant les inégalités structurelles générées par le capitalisme, le racisme et le patriarcat.

Ce système d'oppression se traduit par la disparition forcée de dirigeants politiques et de militantes féministes, ainsi que dans les taux élevés de féminicides, des stratégies qui visent à discipliner les femmes et les hommes, et à les empêcher d'exercer leur droit à la liberté d'expression.

Ce système d'oppression se reflète dans la disparition forcée de dirigeantes politiques et de militantes féministes, ainsi que dans les taux élevés de féminicides, des stratégies visant à discipliner et à réduire au silence celles qui luttent pour la justice sociale.

La féminisation de la droite et l'utilisation de figures féminines par les fascismes et les néofascismes sont des tactiques conçues pour manipuler et légitimer des politiques réactionnaires.

Dans ce contexte, il est crucial d'articuler globalement un programme populaire, révolutionnaire, anti-patriarcal, anticapitaliste, anti-raciste, anticolonialiste, antisioniste et antifasciste,

Ce n'est qu'ainsi qu'il est possible de rejeter les politiques qui promeuvent l'exclusion, le racisme et la xénophobie comme outils de domination.

Réseaux sociaux et guerre cognitive :

Nous vivons à une époque où les technologies numériques jouent un rôle central.

Les réseaux sociaux et les plateformes médiatiques sont l'arène centrale de la manipulation des perceptions et de l'aliénation sociale.

Ce que l'on appelle la « quatrième révolution industrielle » favorise l'appropriation et l'utilisation des développements scientifiques et technologiques à des fins de fragmentation des sociétés et la guerre cognitive, par le biais d'algorithmes qui cherchent à perpétuer la domination d'une élite mondiale dont l'épicentre se situe en « Occident ».

Réseaux sociaux et guerre cognitive :

La vie en ligne, marquée par la dissociation émotionnelle, facilite le désengagement des effets de ses propres actions, servant souvent de passerelle vers la violence dans la réalité.


Les laboratoires d’idées et les centres de recherche, organisés en réseaux mondiaux, utilisent des dispositifs numériques pour mener des campagnes d'influence, avec des messages segmentés qui affectent la subjectivité individuelle et collective.

Nécessité de rendre visible et de traiter l'aggravation des problèmes de santé mentale.

Incidence des troubles anxieux et dépressifs, des addictions, de l'apathie et du suicide des jeunes.

Importance de la construction et de l'articulation d'outils pour que les jeunes puissent faire face à la manipulation des plateformes numériques, par la réflexion critique et la lutte collective.

Les jeunes et la guerre cognitive :

Le néo-fascisme numérique cherche à dépolitiser les jeunes générations à travers l'utilisation d'écrans, la promotion de l'individualisme et de l'hyperfragmentation sociale, le consumérisme irrationnel la méritocratie et la négation de l'historicité.

Les nouvelles technologies sont utilisées pour la propagande et la désinformation de masse, et pour la construction d'une société de désinformation de masse, et pour la construction d'un ennemi intérieur qui devient un « Nous contre eux », en exploitant la peur et la déshumanisation de nos semblables.

On tente de les éloigner de leurs identités culturelles et patriotiques, des valeurs communautaires et de l'attention portée à la vie. L'objectif est de fragmenter le tissu social et d'éloigner les jeunes des luttes collectives, en affaiblissant leur capacité à répondre aux injustices du système.

Néocolonialisme 2.0 :

Le modèle de mort que le capitalisme approfondit dans cette nouvelle phase se reflète dans le génocide sioniste et fasciste contre Gaza. Cela a entraîné une escalade du conflit au Moyen-Orient, avec un « axe de résistance » qui lutte en première ligne en solidarité avec le peuple de Palestine.

Jour après jour, le peuple palestinien résiste, soutenu par des liens de solidarité internationale face au régime fasciste qui cherche à écraser sa dignité et à effacer son existence, incarné par la figure du Premier ministre sioniste Benjamin Netanyahou. Il est essentiel de comprendre et de rendre visibles les liens entre le sionisme et le fascisme, en identifiant ses nouvelles expressions, dans le cadre de la reconnaissance de l'ennemi commun des peuples du monde.

Néocolonialisme 2.0 :

L'intervention impérialiste de l'OTAN en Ukraine, avec le soutien des puissances occidentales, a transformé le pays en un champ de bataille géopolitique. Dans ce scénario, Volodymir Zelensky est apparu comme un pion de l'impérialisme.

En Afrique, le néocolonialisme européen connaît une période de lourdes défaites. Les peuples du monde voient avec enthousiasme l'émergence de la Confédération des États du Sahel, entre le Mali, le Niger et le Burkina Faso.

En Amérique latine et dans les Caraïbes, les attaques dirigées contre la République bolivarienne du Venezuela, ainsi que les récentes tentatives de coup d'État dans les républiques sœurs du Honduras, de la Colombie et de la Bolivie, témoignent d'une offensive néofasciste et néocoloniale dans la région.

Néocolonialisme 2.0 :

La guerre économique fait régner la violence dans plusieurs pays, notamment à Cuba et au Venezuela. En Argentine, la brusque accession de Javier Milei à la présidence est un phénomène néo-réactionnaire dans le cadre de la nouvelle structure économique et politique mondiale.

Les armées irrégulières, liées au trafic de drogue, sont un véritable drame dans certaines régions du Mexique, de la Colombie, de l'Équateur et de ce que l'on appelle le « triangle nord » de l'Amérique centrale -Guatemala, Honduras et Salvador.

Mais toute la région souffre de l'augmentation de la violence liée au trafic de drogue.


L'Internationale antifasciste (IA)

La nécessité de créer une Internationale antifasciste pour coordonner les efforts des mouvements sociaux et politiques en défense de la démocratie populaire et proactive, de la justice sociale et des droits humains à l'échelle mondiale.

Ce front collectif de lutte ne doit pas seulement affronter le néfoascisme dans les sphères politiques, de la rue et idéologiques, mais il doit aussi utiliser l'espace numérique et les outils technologiques pour contrer la manipulation de l'information et la guerre multidimensionnelle et cognitive en cours.

L'Internationale antifasciste en tant qu'espace d'articulation des luttes anticapitalistes, antiimpérialistes, antipatriarcales et antiracistes.

Consolider une offensive coordonnée qui promeut les valeurs de justice sociale, de paix, de souveraineté et d’ autodétermination des peuples.

Solidarité mondiale et luttes territoriales :

La proposition de construire une Internationale antifasciste inclut la création d'agendas sectoriels, de sections régionales et nationales, ainsi que de multiples réseaux de solidarité mondiale pour faire face à la résurgence du fascisme.

Cela implique une articulation internationale des stratégies de lutte, impliquant tous les acteurs politiques, sociaux, culturels, féminins, toutes les organisations politiques, sociales, culturelles, féministes, syndicales et culturelles aux quatre coins de la planète.

Il est essentiel de comprendre ce capitalisme numérique et ses nouvelles formes d'exploitation du travail et du savoir humain. Le temps libre commun est désormais un nouveau champ d'extraction de la plus-value.

Sections par région et par pays : construire des agendas concrets dans les cinq continents pour faire face à la menace du fascisme.

 

Conclusions of the First Congress of the Anti-Fascist International (AI), Caracas, September 2024

World Congress against fascism, neo-fascism and other similar expressions

Simón Rodríguez Convention Centre
La Carlota.
Caracas Venezuela
10 and 11 September 2024


CONCLUSIONS OF THE FIRST CONGRESS OF THE ANTI-FASCIST INTERNATIONAL (IA)

Spanish Original
Translated by Fausto Giudice, Tlaxcala
French version

The event was attended by more than 1,200 participants from 97 countries, especially from Latin America, Africa, Asia and the Middle East.
With four keynote speeches and eight panels, the event had more than 30 speakers.
Social, feminist, youth and cultural movements, intellectuals and academics, trade unions and political parties, , celebrities, indigenous organisations, human rights collectives, organisations of the peoples of the world.

Internationalism in defence of human life and the planet cannot be disassociated from the struggle for peace, social justice and human rights, nor from the anti-fascist, anti-capitalist, anti-colonialist, anti-patriarchal and anti-imperialist struggles, based on the principles of 21st Century Socialism.

20th Century Fascism

Fascism in the 20th century emerged as a response to a series of economic, social and political crises that shook Europe after World War I. Against this backdrop of despair and disillusionment with liberal democracies, authoritarian movements such as Italian fascism and German Nazism found fertile ground.

Both movements shared a visceral hatred of communism and socialism, and  used fear of the ‘enemy within’ to consolidate their power.

The fascist movements of the 20th century shared common characteristics: exacerbated nationalism, authoritarianism, anti-communism, anti-liberalism, militarism, violence, propaganda and media control, racial supremacism and anti-intellectualism. These elements allowed for the consolidation of absolute power, using censorship, propaganda and repression as key tools.

21st century digital neo-fascism

We are witnessing a profound transformation in the structure of global capitalism, a phase that can be referred to as digital capitalism.

A new neo-fascist capitalist phase marked by the increasing concentration of power in the hands of a new financial and technological aristocracy that controls vast economic resources and dominates information and communication technologies.

In 2022, the 10 richest men in the world owned more wealth than the 3.1 billion poorest people. The richest 10% of the world's population

receives 52% of global income, while the poorest half receives only 8.5%. The poorest half of the world's population owns 2% of the world's total wealth while the richest 10% own 76%.

 According to Forbes there are 141 billionaires more in 2024 than in 2023 and 26 more than the record set in 2021.

In addition, billionaires are richer than ever before, with an aggregate value of $14.2 trillion.

  Rise of Digital Neo-Fascism:

 This context of the development of a new capitalist phase, has given rise to the emergence of extremist ideologies linked to the interests of this new financial and technological aristocracy, represented by figures like Elon Musk, Mark Zuckerberg and Jeff Bezos, who operate alongside think tanks, multilateral organisations, NGOs, military corporations (Academi, Erick Prince), paramilitaries and drug trafficking cartels, linked to networks of right-wing and far-right political parties.

Financial and Technological Aristocracy:

 According to the Forbes ranking:

 Bernard Arnault: owner of LVMH, with 75 brands in the fashion and cosmetics industry  (Louis Vuitton, Sephora, etc.). Wealth of 233 billion dollars.

Elon Musk: co-founded six companies, including the automotive company Tesla and the aerospace company SpaceX, and bought social network Twitter (rebranded as X) in October 2022. Wealth of $195 billion.

Jeff Bezos: founder of e-commerce giant Amazon, owner of The Washington Post and Blue Origin, an aerospace company that develops rockets. Wealth: 194 billion dollars.

Mark Zuckerberg, owner of Meta (where he merged the platforms of Facebook, Instagram and WhatsApp, among others). Net worth of $177 billion.

Larry Ellison, chairman, chief technology officer and co-founder of the software giant Oracle. Net worth $141 billion

New Phase and Neo-Fascism

This neo-fascism differs from its previous stages by a strategic control of advanced technologies, which are reshaping social, political and economic relations.

Technologies such as the internet of things, artificial intelligence, 5G and 6G networks, the metaverse, nanotechnology and robotics have turned digital platforms into ‘new factories’, where capital exploits leisure and rest time, converting it into production time.

This technological revolution has colonised every aspect of our lives, radically transforming the way we work, relate to each other and participate politically.

Extremist ideologies:

Rise of neo-fascist figures around the world, articulated in the self-styled Global Alt-Right Movement and the self-defined neo-reactionary ideology (NRX). Here they pay tribute to such figures as Benjamin Netanyahu (Israel), Donald Trump (USA), Giorgia Meloni (Italy), Santiago Abascal (Spain), Javier Milei (Argentina), Maria Corina Machado (Venezuela), Nayib Bukele (El Salvador), Jair Bolsonaro (Brazil), Volodimir Zelensky (Ukraine), Marine Le Pen (France).

These leaders use populist discourses to legitimise regimes that promote the repression of social movements, xenophobia, racism, political violence and the violation of human rights, appealing to fear, terror and insecurity as a means of legitimising coup plans and anti-democratic policies, while widening the gap in economic inequality and guaranteeing the plundering of resources.

Intolerance and hate speech:

Neo-fascism, as the new phase of fascism, perpetuates and deepens the violence against women and diversity, exacerbating structural inequalities generated by capitalism, racism and patriarchy. This system of oppression is reflected in the enforced disappearance of political women leaders and feminist activists, as well as in the high rates of feminicides, strategies that seek to discipline and silence those who fight for social justice.

The feminisation of the right wing and the use of female figures by fascisms and neo-fascisms are tactics designed to manipulate and legitimise reactionary policies.

Against this background, it is crucial to globally articulate a popular, revolutionary, anti-patriarchal, anti-capitalist, anti-racist, anti-colonialist, anti-Zionist and anti-fascist programme. Only in this way is it possible to reject policies that promote exclusion, racism and xenophobia as tools of domination.

Social networks and cognitive warfare:

We live in a time where digital technologies play a central role. Social networks and media platforms are the central arena for the manipulation of perceptions and social alienation. The so-called ‘fourth industrial revolution’ promotes the appropriation and utilisation of scientific and technological developments for the fragmentation of societies and cognitive warfare, through algorithms that seek to perpetuate the domination of a global elite with its epicentre in the ‘West’.

Social networks and cognitive warfare:

Online life, marked by emotional disassociation, facilitates the disengagement from the effects of one's actions, often serving as a bridge to violence in reality.

Think tanks and research centres, organised in global networks, use digital devices to conduct influence campaigns, with segmented messages that affect individual and collective subjectivity.

The need to make visible and address the aggravation of mental health problems. Incidence of anxiety and depressive disorders, addictions, apathy and youth suicide.

Importance of the construction and articulation of tools enabling young people to confront the manipulation of digital platforms, through critical reflection and collective struggle.

 Youth and Cognitive Warfare:

Digital neo-fascism seeks to depoliticise the younger generations through the use of screens, promoting individualism and social hyperfragmentation, irrational consumerism, meritocracy and denying historicity.

New technologies are used for propaganda and mass disinformation, and for the construction of an internal enemy that becomes an  ‘us versus them’, exploiting fear and the dehumanisation of the fellow human beings

It attempts to disengage them from their cultural and patriotic identities, from community values and care for life. The aim is to fragment the social fabric and alienate young people from collective struggles, weakening their ability to respond to the injustices of the system.

 Neocolonialism 2.0:

 The model of death that capitalism is deepening in this new phase is  starkly reflected in the Zionist and fascist genocide against Gaza. This has escalated the conflict in the Middle East, with an ‘axis of resistance’ that fights at the forefront in solidarity with the people of Palestine.

Day after day, the Palestinian people resist, sustained by bonds of international solidarity, in the face of the fascist regime that seeks to crush their dignity and erase their existence, embodied  in the figure of Zionist Prime Minister Benjamin Netanyahu. It is crucial to understand and make visible the connections between Zionism and fascism, identifying  its new expressions, as part of the recognition of the common enemy of the world's peoples.

Neo-colonialism 2.0:

NATO's imperialist intervention in Ukraine, with the support of Western powers, has turned the country into a geopolitical battleground. In this scenario, Volodymir Zelensky has emerged as a pawn of imperialism.

In Africa, European neo-colonialism is experiencing a time of heavy defeats. The peoples of the world are looking with enthusiasm at the emergence of the Confederation of Sahelian States, between Mali, Niger and Burkina Faso.

In Latin America and the Caribbean, the attacks directed against the Bolivarian Republic of Venezuela, together with the recent coup attempts in the sister republics of Honduras, Colombia and Bolivia, are evidence of a neo-fascist and neo-colonial offensive.in the region.

Neo-colonialism 2.0:

Economic warfare inflicts violence in a number of countries, especially Cuba and Venezuela. In Argentina, Javier Milei's abrupt rise to the presidency is a neo-reactionary phenomenon within the new global economic and political structure.

Irregular armies, linked to drug trafficking, are a real drama in some regions of Mexico, Colombia, Ecuador and the so-called ‘northern triangle’ of Central America Guatemala, Honduras and El Salvador. However, the entire region is suffering from the increase in drug trafficking violence.


The Anti-Fascist International (AI)

Need to create an Antifascist International to coordinate the efforts of social and political movements in defence of the of social and political movements in defence of popular and proactive democracy, social justice and human rights on a global level.

This collective front of struggle must not only confront neo-fascism in the political, street and ideological spheres, but must also use the digital space technological tools to counter the ongoing multidimensional and cognitive warfare.

The Anti-Fascist International as a space for the articulation of anti-capitalist, anti-imperialist, anti-colonialist, anti-patriarchal and anti-racist struggles.

Consolidate a coordinated offensive that promotes the values of social justice, peace, sovereignty and self-reliance.

Global solidarity and territorial struggles:

The proposal to build an anti-fascist International includes the creation of sectoral agendas, regional and national chapters, as well as multiple global solidarity networks to confront the resurgence of fascism.

This implies an international articulation of strategies of struggle, involving all political social, cultural, feminist, trade union and cultural organisations throughout the length and breadth of the planet.

It is central to understand this digital capitalism and its new forms of exploitation of human labour and knowledge. Common leisure time is now a new field of surplus value extraction.

Chapters by region and country: building concrete agendas in the five continents to confront the threat of fascism.